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Ministério da Saúde tira do ar aplicativo que receita medicamentos sem eficácia para tratar Covid-19

21 jan 2021 - 17h07
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O Ministério da Saúde retirou do ar nesta quinta-feira o aplicativo TrateCov, usado para recomendar o tratamento para pacientes da Covid-19 com medicamentos sem efeitos comprovados contra a doença.

Pacotes de cloroquina distribuídos pelo Ministério da Saúde em hospital de Porto Alegre
26/05/2020
REUTERS/Diego Vara
Pacotes de cloroquina distribuídos pelo Ministério da Saúde em hospital de Porto Alegre 26/05/2020 REUTERS/Diego Vara
Foto: Reuters

O aplicativo, que recebeu críticas contundentes de especialistas e associações médicas, saiu do ar na manhã desta quinta-feira. Procurado, o Ministério da Saúde informou que o sistema, lançado no dia 14, seria um projeto-piloto e não estava funcionando oficialmente.

O ministério alegou ainda que "o sistema foi invadido e ativado indevidamente", e essa teria sido a razão de ser retirado do ar, mas acrescentou que a retirada é "momentânea".

O TrateCov foi lançado em Manaus pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e, de acordo com o ministério, seria indicado para profissionais de saúde. Em nota publicada em sua página, o ministério diz que a plataforma é direcionada a profissionais de saúde para "aprimorar e agilizar os diagnósticos da Covid-19" e ajudar "o atendimento e resposta adequados para o paciente de acordo com cada caso".

O aplicativo, no entanto, permitia que qualquer pessoa tivesse acesso e, com o preenchimento de alguns dados simples como nome, idade, peso e presença de comorbidades, recebesse a indicação dos medicamentos. Entre eles, cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e outros quatro remédios que deveriam ser tomados todos juntos.

Simulações feitas pela Reuters mostraram que independentemente da idade, peso, presença ou não de comorbidades e sintomas leves ou não, o pacote de medicamentos indicado era sempre o mesmo e com as mesmas quantidades.

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