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Meirelles estreia como pré-candidato e Ciro faz contraponto a Estado mínimo em debate entre presidenciáveis

10 abr 2018 - 10h06
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O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, defendeu na noite de segunda-feira o "caminho do meio" em fórum de viés liberal que reuniu seis pré-candidatos ao Palácio do Planalto em Porto Alegre, e que também teve as presenças de João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB), Flavio Rocha (PRB), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, durante entrevista à Reuters no Rio de Janeiro
15/03/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, durante entrevista à Reuters no Rio de Janeiro 15/03/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

"A questão não é um Estado grande ou pequeno, mas o Estado necessário", disse Ciro ao defender um modelo de economia com a presença de um "Estado sadio controlado" e da iniciativa privada, "unindo interesses de quem trabalha e de quem produz".

Ele criticou a política econômica do governo do presidente Michel Temer e advertiu os concorrentes sobre os riscos políticos da ampliação do consumo, feita com medidas de valorização da moeda.

O debate é o primeiro evento público realizado depois da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro, mas que deve ser impedido de entrar na disputa por causa da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis condenados por órgãos colegiados do Judiciário.

Ciro, que ao lado de Marina é apontado pelas pesquisas como maior herdeiro dos votos de Lula em caso de ausência do petista na eleição, negou que esteja se movimentando para obter do ex-presidente apoio à sua candidatura.

"Em algum momento vou procurá-lo, mas não agora. Não estou interessado em fazer política com esta tragédia", disse à Reuters.  

Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL, vice-líder nas pesquisas e líder nos cenários em que Lula fica fora da disputa, foi convidado, mas não compareceu ao evento, tornando-se alvo de Meirelles, que estreou como pré-candidato após deixar o comando do Ministério da Fazenda na semana passada, e de Flavio Rocha.

Os dois colocaram em dúvida a consistência do conservadorismo do pré-candidato do PSL. Meirelles fez referência a candidatos que são contra as reformas, caso de Bolsonaro que manifestou publicamente contrariedade às mudanças na Previdência, mas usam "outra roupagem". Para Rocha, Bolsonaro tem um discurso incoerente de direita nos costumes e de esquerda na economia.

Propondo se contrapor à "erosão de valores" que configuraria uma "estratégia sórdida de dominação", Rocha, dono da rede de varejo Riachuelo, apontou o discurso sobre costumes como terreno para o crescimento da sua candidatura. Com um discurso bastante incisivo, disse buscar combater o "marxismo cultural" que teria como objetivo "bagunçar para dominar" e "erodir a família".

"Isso vai pegar no coração do eleitor. No tema dos valores, há segmentos que estão órfãos e este espaço está sendo ocupado pelo Bolsonaro", disse Rocha.

LEGADO

Alckmin, que deixou o governo de São Paulo para concorrer à Presidência, se disse disposto a defender o legado político dos tucanos: controle da inflação e estabilização da economia, marcas do governo de Fernando Henrique Cardoso obtidas na década de 1990.

Com uma agenda de reformas para enfrentar o que considera os efeitos de "governos ineficientes que não prestam serviço à sociedade", Alckmin defendeu recuperar um passado de crescimento do país.

Marina buscou esclarecer dúvidas sobre sua capacidade de governar, afirmando que conta com a colaboração de economistas importantes como André Lara Resende e Eduardo Gianetti e que pretende administrar o país com "pessoas boas" que existem em todos os partidos, discurso que ela já havia usado em sua campanha à Presidência em 2014, quando não conseguiu chegar ao segundo turno.

Na opinião da ex-senadora, seu problema não é governar, mas ganhar a eleição, já que conta apenas com 10 segundos na propaganda eleitoral.

Amoêdo defendeu a revogação do Estatuto do Desarmamento e citou o ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, para defender que "o melhor programa social é empreender".

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