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Manifestantes saem às ruas em apoio a Moro, Bolsonaro e Lava Jato

30 jun 2019 - 16h41
(atualizado em 1/7/2019 às 07h53)
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Após vazamento de mensagens atribuídas ao ex-juiz, dezenas de cidades brasileiras registram atos em defesa de Sergio Moro e de projetos do governo. Ministros do STF, Congresso, Lula e PT são alvos de críticas.Manifestantes saíram às ruas em várias cidades brasileiras neste domingo (30/06) em apoio ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e à Operação Lava Jato. O governo de Jair Bolsonaro e alguns de seus projetos também foram respaldados durante os atos.

No Rio, os manifestantes estiveram concentrados em Copacabana, na zona sul
No Rio, os manifestantes estiveram concentrados em Copacabana, na zona sul
Foto: DW / Deutsche Welle

Segundo o portal G1, até as 18h30 (horário de Brasília) protestos eram registrados em ao menos 88 cidades de 26 estados e do Distrito Federal. As manifestações foram convocadas por grupos de direita como Vem pra Rua (VPR), Movimento Brasil Livre (MBL) e Nas Ruas, que estiveram à frente dos protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Neste domingo, a maioria dos participantes vestia roupas com as cores da bandeira do Brasil e carregava faixas com mensagens de apoio a Moro, a Bolsonaro e a políticas defendidas por ambos, como o pacote anticrime e a reforma da Previdência. Cartazes com críticas a políticos e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também foram vistos.

Em sua conta no Twitter, Moro compartilhou foto e vídeo das manifestações e escreveu, sugerindo estar atento aos atos: "Eu vejo, eu ouço. Lava Jato, projeto anticrime, previdência, reforma, mudança, futuro."

Bolsonaro também se manifestou sobre os atos na mesma rede social, afirmando: "Aos que foram às ruas hoje manifestar seus anseios, parabéns mais uma vez pela civilidade. A população brasileira mostrou novamente que tem legitimidade, consciência e responsabilidade para estar incluída cada vez mais nas decisões políticas do nosso Brasil."

Em Brasília, os manifestantes se concentraram em frente ao Congresso Nacional, onde houve críticas ao STF e foram feitas associações entre ministros da Corte e o PT. Bandeiras de países como Estados Unidos e Israel, aliados de Bolsonaro, também foram erguidas.

No gramado em frente ao Congresso foram inflados quatro bonecos gigantes - dois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, um de Moro como super-homem e um terceiro reunindo três figuras: Lula, o ex-ministro petista José Dirceu e o ministro do STF Gilmar Mendes à frente dos dois, como se os protegesse.

No Rio de Janeiro, o ato pró-Moro levou milhares às ruas de Copacabana, na zona sul da capital fluminense, segundo a Agência Brasil. Sete carros de som foram instalados, e bandeiras gigantes nas cores verde e amarela foram erguidas por guindastes.

Faixas traziam frases como "Nova Previdência já", "Para a frente, Brasil", "Apoiamos as instituições íntegras" e "Se parar a Lava Jato, o Brasil morre". Outro cartaz dizia que Moro "nos livrou das trevas". Segundo o jornal Folha de S. Paulo, copos em homenagem ao ex-juiz e ao presidente Bolsonaro eram vendidos por 10 reais.

Além de críticas ao STF, houve ainda um "vaiaço" aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), descritos como "inimigos da nação".

Em São Paulo, a manifestação teve início durante a tarde na avenida Paulista, onde se reuniram manifestantes vestindo camisas nas cores verde e amarela e erguendo cartazes e bandeiras.

Segundo o G1, o ato chegou a ocupar quatro quarteirões da avenida, em defesa de pautas como o pacote anticrime de Moro e a reforma da Previdência. Uma grande faixa com os dizeres "Somos todos Lava Jato" foi estendida sobre a rua.

O ato em São Paulo registrou uma confusão inciada quando cerca de 20 integrantes do grupo Direita SP se aproximaram do palanque e começaram a xingar membros do MBL, usando amplificadores de voz. A polícia teve que intervir e separar os grupos, enquanto líderes do MBL no palanque pediam que a briga se encerrasse e que a direita se unisse "em prol de um Brasil maior".

"O pessoal do Direita SP veio aqui nos agredir, porque não nos ajoelhamos para o Bolsonaro. Defendemos ideias do governo, mas somos críticos", disse o coordenador nacional do MBL, Renato Battista, ao portal UOL. "Jamais viríamos aqui defender um político. Defendemos ideias como a Operação Lava Jato, que está sob ataque."

Ex-aliados, Direita SP e MBL se distanciaram durante as convocações para manifestações de apoio a Bolsonaro no fim de maio. O Movimento Brasil Livre foi contra a mobilização popular por não concordar com pautas defendidas por alguns grupos de direita, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso.

Outras capitais brasileiras, como Belém, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador, além de cidades do interior, também registraram protestos pró-governo neste domingo. Segundo o movimento VPR, atos foram marcados em 203 cidades, com milhares de pessoas convidadas. A relação incluía manifestações fora do país, em cidades como Lisboa, Nova York e Buenos Aires.

Os protestos foram convocados após a divulgação, pelo site The Intercept Brasil e pela Folha de S. Paulo, de uma série de conversas atribuídas ao então juiz Moro e a procuradores da Lava Jato. Os diálogos levantaram questionamentos éticos sobre a conduta de Moro ao longo da operação e possíveis ilegalidades em seu relacionamento com a força-tarefa.

Na semana passada, motivado pelo vazamento das mensagens, um documento assinado por dezenas de juízes federais solicitou à Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) a suspensão cautelar do ex-juiz da entidade que representa a categoria no país. Moro nega irregularidades nos diálogos.

EK/abr/ots

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