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Maia admite mudanças para professores na Previdência e vê impacto pequeno

11 jul 2019 - 13h42
(atualizado às 14h48)
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Sem acordo sobre os destaques que suavizam as regras para a aposentadoria dos professores, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu nesta quinta-feira que os dois dispositivos, um apresentado pelo PL e outro pelo PDT, podem ser aprovados, mas garante que o impacto não é tão grande no volume geral de economia da reforma da Previdência.

Rodrigo Maia participa de sessão no plenário da Câmara 10/7/2019 REUTERS/Adriano Machado
Rodrigo Maia participa de sessão no plenário da Câmara 10/7/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Não tem garantia (de que não será aprovado), professor é um tema sempre muito difícil. Mas não tem esse impacto tão grande como está colocado", disse Maia.

Um dos destaques, apresentado pelo PL, retira os professores das novas regras de aposentadoria e mantém o regime atual. O segundo, do PDT, garante a idade mínima de 52 anos para as professoras.

Segundo Maia, o impacto dos dois destaques seria de 3 bilhões de reais no cômputo total da reforma.

"Da forma como está constituído, o acordo tem uma emenda aglutinativa que a gente recupera quase toda a perda da possível vitória desse destaque, se ela ocorrer. Então minha expectativa é que com o que está projetado a gente vai ficar mais ou menos com a mesma economia do texto principal", afirmou, sem dar detalhes.

Na quarta-feira, a Câmara aprovou por 379 votos a 131 a reforma da Previdência, 71 votos a mais que o mínimo necessário. Mas Maia encerrou a votação dos destaques logo depois da análise do primeiro, alegando que os deputados estavam confusos sobre o que estavam votando. A intenção inicial era entrar na madrugada e encerrar a votação de todos os destaques.

"A incompreensão poderia gerar perdas por falta de uma análise mais profunda", alegou.

Parlamentares ouvidos pela Reuters, no entanto, explicam que o risco de uma derrota na questão dos professores já havia sido detectado e os líderes queriam analisar os impactos antes de ir a plenário.

"Professor é sempre uma coisa complicada, ninguém quer votar contra professor. Pode ser que consigam derrotar o destaque, mas aí vai ser apertado", disse uma fonte.

Também há riscos em relação a um segundo destaque, que trata das pensões por morte. Parte da bancada feminina e evangélica ameaça aprovar um destaque que garante o valor mínimo de um salário mínimo para as pensões.

Na manhã desta quinta, Maia, o secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, e líderes da Câmara se reuniram em local não divulgado para analisar cada um dos destaques. Segundo Maia, apenas para entender melhor o que significava cada um deles.

A sessão deve ser retomada às 15h. Apesar dos atrasos, Maia afirma que a Câmara deve finalizar a votação em dois turnos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência até sexta-feira.

"Sou otimista. Acho que a gente vai votar toda essa semana. O resultado de ontem é uma demonstração de uma grande maioria, 74% da Casa a favor da reforma. É importante encerrar esse assunto e, na semana que vem, construir outras pautas na Câmara. Se não for a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), ver o que a gente consegue votar", disse.

O Congresso deveria entrar em recesso na semana que vem, mas a LDO não foi votada e, segundo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), deve ficar apenas para a primeira semana de agosto.

Com isso, por lei, o Congresso não poderia entrar em recesso. Mas os parlamentares já planejam um recesso branco, em que sessões de votação não são marcadas para que eles não sejam obrigados a vir a Brasília.

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