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Maia diz que Bolsonaro deve articular reforma da Previdência; recebe apoio de Doria

23 mar 2019 - 14h22
(atualizado às 16h44)
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O presidente Jair Bolsonaro precisa se convencer da importância da reforma da Previdência para o país e assumir a liderança na articulação do processo para aprovação da emenda constitucional no Congresso Nacional, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), neste sábado.

O político ainda afirmou, durante entrevista no congresso do PPS, que considera "página virada" os atritos com pessoas ligadas ao Poder Executivo, incluindo um dos filhos de Bolsonaro, Carlos. Mas Maia destacou que o governo precisa "sair de conflitos nas rede sociais" e focar no "mundo real".

Maia disse que na próxima semana vai "voltar a trabalhar pela aprovação da reforma da Previdência" dentro da Câmara, mas ele destacou que o presidente da República precisa assumir de "forma definitiva" o seu papel de articulação para aprovação do texto no Congresso.

Questionado se terá encontro com Bolsonaro para tratar da reforma, Maia disse que não haverá qualquer reunião e que o presidente não entrou em contato com ele recentemente.

"Não terá encontro, eu não preciso de encontro, ele não precisa me convencer a ser a favor da Previdência, o Paulo Guedes (ministro da Economia) é que precisa continuar convencendo ele a ser a favor da Previdência, eu estou onde sempre estive, defendo as mesmas ideias há muitos anos", disse Maia a jornalistas, em referência ao passado do presidente, quando ele mostrou-se contra a reforma.

Segundo o presidente da Câmara, Bolsonaro "vem em um processo de transição" e "não é fácil mudar de posição", mas "tem mudado e tem sido importante para o Brasil".

Sobre declarações de que a reforma sofreria pressão da chamada velha política, Maia retrucou que "quer participar desse novo momento da política brasileira".

"E o presidente eleito é o que tem mais legitimidade para liderar esse processo, ele não pode delegar esse processo para ninguém, espero que a partir de amanhã (domingo), com ele no Brasil, que ele chame deputados e explique o que ele quer, o que ele defende, além da Previdência, quais são os projetos para o Brasil", afirmou Maia.

O presidente está no Chile para uma visita oficial, além de ter se encontrado na véspera com presidentes de outros países para discutir temas como a crise na Venezuela.

Maia disse também que Bolsonaro precisa mostrar como "vai enfrentar a pobreza com algum projeto diferente do PT".

"Porque até agora ninguém propôs nada diferente do que o PT construiu nos últimos 13 anos, um governo de direita não pode ser igual a um governo de esquerda, é isso que esperamos que ele (Bolsonaro) faça... assuma as rédeas e comande a nova política, porque hoje infelizmente o Brasil é um deserto de ideias."

Maia, contudo, disse acreditar que Bolsonaro vai explicar para os parlamentares os motivos da importância da reforma da Previdência para o país "e vai assumir a grande liderança".

APOIO DE DORIA

À tarde, Maia almoçou com o governador de São Paulo, João Doria, em um encontro que estaria agendado desde sexta-feira. Após o encontro, o político do DEM recebeu apoio do tucano.

"Aqui em São Paulo, na qualidade de governador do Estado, confiamos e apoiamos plenamente a conduta, o trabalho e a relevância de Maia como presidente da Câmara Federal e como líder para aprovação da reforma da Previdência", disse Doria a jornalistas, segundo áudio da entrevista distribuído à imprensa pela assessoria do tucano.

"Entendemos que é importante que o Poder Executivo compreenda a importância de uma relação harmônica com os poderes", acrescentou Doria, ponderando que neste momento é preciso "serenidade, equilíbrio e diálogo entre os três poderes".

No Chile, ao ser questionado sobre os motivos das críticas de Maia, Bolsonaro preferiu não fazer "prejulgamento de nada".

"Mas você sabe que a temperatura está um pouco alta... Eu não vou entrar nesta disputa. Somos independentes, não serei levado para um campo de batalha diferente do meu", respondeu Bolsonaro.

"Eu respondo pelos meus atos no Executivo, Legislativo são eles, Judiciário é o Dias Toffoli (presidente do STF), e assim toca o barco. Não queiram me arrastar para um campo de batalha que não é o meu."

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