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Maia critica omissão de Meirelles à Previdência em programa do PSD

22 dez 2017 - 16h15
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta sexta-feira o fato de o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não ter citado expressamente a reforma da Previdência durante o programa eleitoral de seu partido, o PSD, que foi ao ar na véspera, e o atribuiu a uma decisão de publicitário que olha pesquisa, mas não o interesse do país.

Rodrigo Maia acena ao chegar ao Congresso
 11/7/2017   REUTERS/Adriano Machado
Rodrigo Maia acena ao chegar ao Congresso 11/7/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Na véspera, Meirelles, que tem dito que decidirá entre março e abril se será candidato à Presidência da República no ano que vem, protagonizou a propaganda do PSD com um tom de candidato e defendendo um "reencontro" entre brasileiros que não estão nos extremos do espectro político.

No programa, Meirelles cita as reformas feitas e defendidas pelo governo do presidente Michel Temer, sem, no entanto, mencionar Temer nem a reforma da Previdência nominalmente.

Ao citar dados como a queda na inflação e indicadores de emprego, o ministro chega a afirmar: "temos que trabalhar ainda mais para ampliar essas conquistas para que, no futuro, não falte dinheiro para a aposentadoria de ninguém". No momento em que Meirelles diz esta frase, aparece na tela a inscrição "Nova Previdência", mas o ministro não cita a reforma explicitamente.

"Só achei estranho o ministro Meirelles não ter citado a palavra Previdência. Acho que estamos em cima da votação. Acho que na votação em fevereiro, a participação dele é decisiva e no programa aparece a palavra no vídeo, mas não aparece ele falando sobre a votação, sobre a reforma", disse Maia a jornalistas depois de participar de um encontro organizado por um banco em São Paulo.

Maia marcou para o dia 19 de fevereiro a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência e o governo tem trabalhado nas articulações para conseguir os 308 votos necessários entre os 513 deputados em dois turnos de votação para aprovar a medida na Câmara e enviá-la ao Senado. Inicialmente o governo gostaria de votar a PEC neste ano, mas sem garantias de que ela seria aprovada, adiou-a para 2018.

"Acho que foi ruim (a omissão da Previdência por Meirelles). Não é uma sinalização boa. Mas tenho certeza que deve ter sido alguma decisão de publicitário. Às vezes os publicitários olham as pesquisas e não olham o interesse do Brasil", acrescentou Maia.

O presidente da Câmara disse não ter uma contagem atualizada neste momento de quantos votos favoráveis à reforma existem na Câmara e acrescentou que este levantamento deverá ser feito em janeiro.

Maia também comentou as tratativas entre a Embraer e a norte-americana Boeing, que anunciaram na quinta-feira que estão discutindo uma combinação de seus negócios, e defendeu que a Embraer continue sendo brasileira.

"Eu espero que a Embraer continue sendo brasileira", defendeu. "Acho que parcerias podem acontecer, mas eu acho que não seria bom que a Boeing incorporasse a Embraer."

Quando privatizou a Embraer em 1994, o governo brasileiro manteve na empresa --que atua na aviação comercial, executiva e na área de defesa-- uma ação especial, conhecida como golden share, que lhe dá poder de veto em decisões estratégicas da companhia, como por exemplo mudança em seu controle acionário.

Também nesta sexta, em entrevista a jornalistas, Temer disse que não há a "menor cogitação" de transferir o controle da Embraer.

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