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Lula manda recado e reforça que Haddad é sua voz na campanha eleitoral enquanto estiver preso

9 ago 2018 - 19h01
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Em meio ainda a disputas internas no PT sobre a legitimidade do ex-prefeito de Sao Paulo, Fernando Haddad, para substituí-lo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de três meses em Curitiba, mandou um recado nesta quinta-feira pelo presidente da CUT, Vagner Freitas: Haddad é sua voz na campanha eleitoral enquanto ele estiver na cadeia.

Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad participam de cerimônia quando eram presidente e ministro da Educação, em 2010
12/01/2010
REUTERS/Ricardo Moraes
Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad participam de cerimônia quando eram presidente e ministro da Educação, em 2010 12/01/2010 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

"Ele pediu para dar um recado: Haddad é o porta-voz dele, a voz dele, as pernas dele, fala em nome dele e vai representá-lo e viajar o Brasil em tarefa dada a ele pelo próprio presidente", disse Wagner a jornalistas em Curitiba.

Haddad foi indicado domingo passado, último dia permitido pela legislação eleitoral, para assumir como vice na chapa com Lula, em uma composição em que Manuela D'Ávila, do PCdoB, foi apontada como futura vice quando a situação de Lula se resolver, com a confirmação ou impugnação de sua candidatura.

No entanto, a decisão não foi tomada facilmente pelo partido, com grupos que resistiam ao nome do ex-prefeito e defendiam o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner --que já havia avisado que não queria o posto-- ou mesmo a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann. Apenas depois de uma carta de Lula, em que apontava Haddad como seu escolhido, a indicação foi confirmada.

Apesar assim, segundo fontes ouvidas pela Reuters, ainda há resmungos internos no PT.

"Ainda há quem diga que Haddad não é orgânico do partido", contou uma delas, referindo-se ao fato de que o ex-prefeito é visto por alguns dentro do PT como um novato nas estruturas partidárias.

Esse grupo ainda defendia a possível troca de Haddad por outro nome --novamente Gleisi ou Wagner-- e que o partido não deveria dar tanto destaque a Haddad como substituto de Lula para não enfraquecer o nome do ex-presidente e passar a impressão de que Lula vai desistir da candidatura.

Freitas, que dividiu nesta quinta o dia de visita com Sharon Burrow, secretária-geral da Central Sindical Internacional, ficou cerca de uma hora com o ex-presidente e, segundo ele mesmo, conversou cerca de 20 minutos sozinho com Lula para tratar de questões de estratégia política.

"É o porta-voz da campanha Lula, é a voz do Lula enquanto ele estiver preso, e por isso ele tem que ter visibilidade, tem que estar nos debates", disse Vagner.

"O que ele quer é esclarecer a opinião pública. Ele quis esclarecer, 'Haddad é a minha voz, ele tem que ter visibilidade'. Para parar esse diz-que-diz o presidente esclarece de maneira enfática", disse Freitas.

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