PUBLICIDADE

Justiça bloqueia R$ 11 bilhões da Vale

27 jan 2019 - 16h16
(atualizado às 16h33)
Compartilhar
Exibir comentários

Buscas por desaparecidos após rompimento de barragem em Brumadinho são retomadas. Total de mortos chega a 37. Mais de 200 seguem desaparecidos.A Justiça de Minas Gerais determinou um novo bloqueio de recursos da mineradora Vale após o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério em Brumadinho. O valor total de valores bloqueados da empresa para garantir o ressarcimento de danos causados e para indenizar vítimas já chega a 11 bilhões de reais . Até o momento, a contagem oficial de mortos na tragédia chega a 37. Pelo menos 287 pessoas seguem desaparecidas.

Rompimento da barragem atingiu complexo da mineradora em Brumadinho. Centenas de funcionários estão desaparecidos
Rompimento da barragem atingiu complexo da mineradora em Brumadinho. Centenas de funcionários estão desaparecidos
Foto: DW / Deutsche Welle

O último pedido de bloqueio de valores foi apresentado pelo Ministério Público de Minas Gerais no sábado (26/01) e indicou o valor de 5 bilhões de reais. No mesmo dia, a Justiça já havia autorizado outros dois bloqueios, de 5 bilhões e 1 bilhão de reais. Além disso, o Ibama multou a Vale em 250 milhões de reais.

No último pedido apresentado no sábado, o MP-MG destacou que além de danos materiais, as vítimas da tragédia sofreram "evidentes e notórios os danos morais, psicológicos, emocionais, comunitários, de saúde e culturais".

De acordo com os autores do pedido, a mineradora obteve proveito econômico da exploração na região e têm que arcar com o ônus do desastre. No pedido, eles apontam que apenas no 3º trimestre de 2018 a Vale obteve lucro líquido recorrente de 8,3 bilhões de reais e, diante do rompimento da barragem, é fundamental que tais valores não sejam distribuídos entre os acionistas e investidores da empresa, mas sim revertidos para as medidas de recuperação ambiental e reparação dos danos.

Buscas são retomadas

As buscas por desaparecidos chegaram a ser interrompidas neste domingo após um alerta apontar risco de rompimento de outra barragem da região. Por volta de 5h30, sirenes chegaram a ser acionadas para indicar o risco iminente de rompimento da Barragem B6.

Essa estrutura foi afetada pelo acidente da Barragem 1 da mina do Córrego do Feijão, que rompeu na sexta-feira, liberando 12 milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos minerais e deixando um rastro de destruição em instalações da Vale e em uma comunidade de Brumadinho. A lama e os rejeitos também atingiram o rio Paraopeba.

Após ordenarem a evacuação de moradores da região e interromperem as buscas, os bombeiros concluíram que o risco havia diminuído e retomaram os trabalhos.

Dos 37 mortos já localizados, 16 foram identificados. Um ônibus com dez corpos foi localizado na área da barragem. A maior parte das vítimas até agora é composta por funcionários ou terceirizados da Vale.

Também neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a chegada de 140 pessoas e 16 toneladas de equipamentos enviados pelo governo israelense para auxiliar nas buscas. Bolsonaro sobrevoou a região da barragem no sábado.

Oficialmente, a barragem que rompeu não recebia novos rejeitos há três anos e estava em processo de desativação. A estrutura foi construída em 1976 pela antiga mineradora Ferteco Mineração, que já foi a terceira maior companhia produtora de minério de ferro do Brasil e pertenceu ao grupo alemão ThyssenKrupp. A barragem e a mina passaram para a Vale em 2001, quando a Ferteco foi vendida. Em junho e setembro do ano passado, a barragem foi vistoriada pela empresa certificadora alemã TÜV SÜD, que atestou que a estrutura era estável.

JPS/ots/ab

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube

| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade