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Hipótese mais provável para assassinato de Marielle é atuação de milícias, diz Jungmann

16 abr 2018 - 16h39
(atualizado às 17h01)
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As investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela apontam como hipótese mais provável a ligação de milicianos com o crime, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.

Manifestantes lembram morte da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro
 14/4/2018    REUTERS/Lucas Landau
Manifestantes lembram morte da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro 14/4/2018 REUTERS/Lucas Landau
Foto: Reuters

"As investigações avançam e eles (investigadores), partindo de uma grande quantidade de hipóteses, tem afunilado, e uma das possibilidades que tem crescido é que tenha sido um crime ligado a milícias", disse Jungmann a jornalistas, após um encontro com o general Richard Nunes, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

No sábado, o primeiro mês da morte da vereadora do PSOL e do motorista Anderson Gomes, baleados dentro de um carro, foi lembrado com atos, manifestações e caminhadas no Rio de Janeiro e em outras cidades do país.

Jungmann afirmou que a morte da vereadora pode ser tratado como um caso "raro", uma vez que ela não sofreu ameaças antes de ser assassinada.

"Não se identificou até aqui nenhum testemunho de ameaças e isso deixa as investigações praticamente no âmbito da materialidade, ou seja, de identificar a cápsula, de identificar impressões digitais e assim por diante. São provas mais materiais do que testemunhais", declarou o ministro.

Cerca de 10 vereadores que tiveram contato mais próximo com Marielle na Câmara Municipal do Rio já foram ouvidos na condição de testemunhas, e um encontro entre representantes da polícia do Rio e a família da parlamentar assassinada está previsto para esta segunda-feira para atualizar o nível das investigações.

"Há um ânimo do general e da equipe de que estão avançando nesse trabalho de investigação, para que em breve possamos ter a elucidação dessa tragédia", disse Jungmann.

Os grupos de milicianos têm avançado nos últimos anos no Estado do Rio de Janeiro e estima-se que só na região metropolitana cerca de 2 milhões de pessoas vivem em áreas controladas por milicianos.

Ao todo, 8 equipes trabalham na investigação que conta com apoio da Polícia Federal e de peritos especializados na análise de fragmentos de bala, cápsulas e impressões digitais.

"Ainda que as cápsulas não estejam em sua totalidade, acredito que há pontos suficientes que permitem fazer uma identificação e aproxime de quem vem a ser (o autor do crime)", finalizou.

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