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Governo remarca Enem para janeiro e fevereiro de 2021

8 jul 2020 - 21h10
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Provas impressas serão aplicadas em 17 e 24 de janeiro, e as digitais, em 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Resultados sairão em 29 de março. Em enquete virtual, maioria dos inscritos havia pedido exame só em maio.O Ministério da Educação anunciou nesta quarta-feira (08/07) as novas datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020, adiado em razão da epidemia de covid-19. As provas em papel serão aplicadas em 17 e 24 de janeiro de 2021, e as digitais, em 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

O exame será reaplicado em 24 e 25 de fevereiro de 2021, medida habitual para atender candidatos afetados por eventuais problemas de estrutura, como queda de energia no local de prova. Os resultados serão divulgados em 29 de março.

Segundo o governo, há 5,7 milhões de inscritos para a realização das provas em sua versão impressa, e outros 96 mil para a versão digital.

"Entendemos que essa decisão não é uma decisão perfeita e maravilhosa para todos. Então buscamos uma solução técnica, tentando ver a data que melhor se adequa a todos", afirmou o secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, ao divulgar o novo calendário.

Segundo ele, a definição das datas foi decidida após diálogo com as secretarias estaduais de Educação do país e com entidades que representam as instituições de ensino superior, tanto privadas como públicas.

A pasta informou que serão adotadas medidas sanitárias durante a aplicação das provas, como uso de álcool em gel e distanciamento adequado entre os estudantes. Os protocolos sanitários vão gerar um custo adicional de cerca de R$ 70 milhões para o governo federal.

"Estamos prontos para fazer essa execução em janeiro. Já estamos adotando as medidas necessárias, junto ao consórcio aplicador, para garantir a segurança sanitária durante a aplicação da prova, medidas relativas ao uso de álcool em gel, uso de máscara, distanciamento e quantidade de alunos nas salas de aplicação do exame", afirmou Alexandre Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova.

Em junho, o Inep abriu uma enquete virtual com três opções de datas para saber quais delas os estudantes preferiam. Pelo levantamento, 49,7% optaram pela aplicação do Enem impresso em 2 e 9 de maio de 2021, e do digital, em 16 e 23 de maio.

Ao comentar a decisão de aplicar as provas entre janeiro e fevereiro, Lopes disse que levou em conta, além da própria enquete, as opiniões das instituições de ensino e das secretarias de Educação. "A enquete não seria o único parâmetro para definição da data, era mais um parâmetro", disse.

O Enem 2020 estava originalmente previsto para ocorrer em novembro deste ano. O adiamento foi anunciado pelo MEC e pelo Inep em maio, após o Senado aprovar a remarcação para depois da conclusão do ano letivo - apenas o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, votou contra.

A decisão ocorreu em meio à pressão de setores da sociedade civil, em especial entidades que representam estudantes, que vinham pedindo a escolha de uma nova data por causa da crise do coronavírus. Entre os argumentos está o de que muitos estudantes que ficaram sem aulas não têm condições de manter os estudos durante a epidemia ou sequer têm meios para estudar à distância.

Secretários estaduais de Educação do país também vinham pressionando pelo adiamento. Eles também expressaram preocupação com o impacto do fechamento das instituições de ensino para os alunos de escolas públicas, especialmente os mais pobres.

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, por sua vez, foi inicialmente contra adiar o Enem, chegando a afirmar que "partidecos de esquerda" vinham agindo para que o exame não fosse realizado. Sobre os problemas enfrentados por vários estudantes, ele disse em maio que o exame "não é para atender injustiças sociais, é para selecionar os melhores".

EK/abr/ots

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