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Governo apela a caminhoneiros por fim de greve

Em meio a paralisação que já dura dias, ministro afirma que transportadoras serão multadas em R$ 100 mil por hora parada

26 mai 2018 - 13h12
(atualizado às 13h24)
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No sexto dia da greve dos caminhoneiros que parou o Brasil, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, apelou neste sábado (26/05), após reunião com o presidente Michel Temer, para que os manifestantes encerrem a paralisação em nome da população.

Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, durante entrevista coletiva em Brasília
29/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, durante entrevista coletiva em Brasília 29/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Temer e ministros do gabinete de crise criado para monitorar a paralisação se reuniram para avaliar a efetividade das medidas adotadas para liberar as rodovias e reabastecer o país com os produtos retidos nos caminhões. Entre as medidas está o decreto assinado por Temer nesta sexta-feira que permite o uso de forças federais para liberar estradas.

Marun afirmou que o governo começará a aplicar multas de 100 mil reais por hora às entidades que mantiverem o bloqueio das vias públicas. A medida foi autorizada, a pedido do governo, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também aprovou multas de 10 mil reais por dia aos motoristas que se recusarem a mover seus caminhões.

Marun afirmou também que a Polícia Federal está investigando e já emitiu pedidos de prisão para patrões que estariam por trás da paralisação de caminhoneiros, impedindo os motoristas de trabalhar. A lei proíbe prática, conhecida como locaute.

Na quinta-feira, o governo federal anunciou um acordo com lideranças de algumas associações da categoria, mas várias estradas continuaram obstruídas, ainda que parcialmente.

Em pronunciamento nesta sexta-feira, Temer afirmou que uma "minoria radical" está impedindo que muitos grevistas cumpram o acordo e voltem a transportar mercadorias.

Ao ser questionado sobre a existência de tal minoria radical, Marun disse que vários trabalhadores foram constrangidos para que não retornassem ao trabalho. O ministro não forneceu novos números sobre a paralisação.

Segundo Marun, Temer está particularmente preocupado com a situação da saúde. O presidente já havia declarado no dia anterior que o governo não permitira que "os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas".

"Não obstante nós tenhamos os principais hospitais do país em funcionamento, abastecidos, os seus estoques são de minutos, e nesse momento há uma grande preocupação", afirmou Marun. O ministro disse que caminhões de transporte de insumos de saúde que estiverem parados serão multados.

Marun sinalizou que o governo federal trabalha com a hipótese de contratar temporários para manter a produção nacional. Acrescentou, porém, que o objetivo é que todos retornem ao trabalho. Segundo ele, o diálogo com os caminhoneiros "não está interrompido".

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou uma nota para pedir que os caminhoneiros retirem as interdições nas rodovias, mas bloqueios foram mantidos.

A greve

Desde o início da semana, caminhoneiros em vários estados do Brasil suspenderam os transportes e bloquearam parcialmente as rodovias. Caminhões carregados ocupam gramados e postos de combustíveis em protesto aos sucessivos reajustes do preço do diesel.

O setor de transporte de carga rodoviário representa mais de 60% de tudo o que circula no país, incluindo itens essenciais, como alimentos e combustíveis.

É difícil estimar quantos caminhoneiros deixaram de trabalhar desde o início da paralisação, mas os reflexos estão por toda parte, de postos de gasolina, a aeroportos, supermercados e universidades.

Setores da economia sofrem os reflexos da greve:
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