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Governo intensifica trocas na CCJ para tentar garantir rejeição da denúncia contra Temer

10 jul 2017 - 15h21
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O governo trabalha com a informação de que o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) vai apresentar um relatório técnico e autorizar o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do presidente Michel Temer e, sem segurança de que tem os números para barrá-la na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), tenta mudanças de última hora na composição da comissão.

Presidente Michel Temer. 29/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Michel Temer. 29/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Desde a chegada da Alemanha, onde participou da cúpula do G20, o presidente e seus aliados mais próximos intensificaram as negociações para conseguir uma margem de aprovação na CCJ. Temer determinou aos líderes na base que façam as mudanças necessárias da composição da Comissão para tentar garantir a rejeição do relatório de Zveiter.

O líder do PR, José Rocha (BA), decidiu trocar quatro dos cinco titulares da CCJ para tentar garantir a vitória de Temer na comissão. Vão deixar a titularidade os deputados Delegado Waldir (GO), Marcelo Delaroli (RJ), Paulo Freire (SP) e Jorginho Mello (SC) para ceder lugar a Bilac Pinto (MG), Laerte Bessa (DF), Magda Mofatto (GO) e Milton Monti (SP).

"Eu disse aos deputados que aqueles que não se sentirem confortáveis em votar com o governo podem me pedir para sair", disse Rocha à Reuters.

Na semana passada, Temer reuniu-se no Palácio do Planalto com Valdemar Costa Neto, uma das principais lideranças do partido, e com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, do PR. Valdemar foi condenado no julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Desde que a denúncia chegou à comissão, quatro alterações de titulares já foram apresentadas à direção administrativa da Câmara -- todos da base. A última delas foi do PTB, com a substituição do deputado Arnaldo Faria de Sá (SP) por Nelson Marquezelli (SP).

Um líder da base disse à Reuters em condição de anonimato que a situação continua complicada na CCJ e tende a piorar com um relatório favorável à denúncia.

"A situação está bem deteriorada e vai depender muito do parecer", disse. "Se vier contrário mostra que nem o PMDB sai em defesa do governo --mesmo que Zveiter seja considerado independente. Se nem o PMDB defende o governo, a mensagem política é muito ruim. Quem bancará o governo?", disse o líder.

Além disso, acrescentou, um parecer técnico é muito mais difícil de derrubar. Por isso, o trabalho para garantir um texto favorável já na CCJ.

O governo ainda insiste que tem 34 votos --o mínimo necessário-- e trabalha para chegar em 42, uma vitória mais folgada.

A troca de integrantes da comissão pode ser feita até antes do início da votação, prevista para ocorrer a partir da quinta-feira.

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