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Focos de incêndio superam média histórica de agosto

Somente nos primeiros 25 dias do mês foram registrados 25.934 focos de queimadas na Amazônia, maior número desde 2010

26 ago 2019 - 06h32
(atualizado às 08h24)
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A seis dias do final de agosto, a quantidade de incêndios no mês já superou a média histórica dos últimos 21 anos. Segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelados neste domingo (25/08), foram registrados 25.934 focos de queimadas na Amazônia nos primeiros 25 dias do mês.

Fogo devasta floresta na região de Porto Velho
Fogo devasta floresta na região de Porto Velho
Foto: DW / Deutsche Welle

Os registros são os mais altos desde 2010, quando foram identificados 45.018 focos de incêndio. O pior agosto da série histórica, que reúne dados desde 1998, no entanto, foi em 2005, quando 63.764 focos de queimadas foram registrados.

Os números de 2019 estão um pouco acima da média para o mês, de 25.853. O pesquisador Alberto Setzer, do Programa Queimadas, citado pelo portal de notícias G1, avaliou que, como ainda faltam seis dias para o fim do mês, os números de agosto deverão aumentar.

Neste domingo, o governo federal autorizou o uso das Forças Armadas no Acre, Amazonas e Mato Grosso para combater incêndios florestais. Ao todo, sete estados já solicitaram apoio federal nas operações. Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins já haviam feito o pedido no sábado.

Segundo o Ministério da Defesa, cerca de 44 mil militares das Forças Armadas estão continuamente na Região Amazônica e poderão ser empregados nas operações.

Em meio à pressão internacional, o presidente Jair Bolsonaro assinou na sexta-feira o decreto autorizando o emprego das Forças Armadas para ajudar no combate aos incêndios na Floresta Amazônica.

Antes do anúncio brasileiro, o presidente francês, Emannuel Macron, ameaçou não ratificar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, afirmando que Jair Bolsonaro mentiu ao assumir compromissos em defesa do meio ambiente, dados como condição para o pacto. O líder da França também levou o debate sobre a Amazônia para a cúpula do G7, que ocorreu no fim de semana.

Após o francês ter convocado o debate sobre a questão na cúpula do G7, o líder brasileiro acusou Macron de "instrumentalizar uma questão interna" do Brasil para "ganhos políticos". "A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21", disse Bolsonaro na sexta-feira.

Durante a cúpula, os chefes de Estado e governo do G7 acordaram no domingo quanto ao envio de ajuda aos países afetados pelos incêndios na Região Amazônica "o mais rápido possível".

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