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Entenda os ataques de hackers e os impactos na Lava Jato

Ao menos 10 pessoas ligadas à Operação tiveram celular invadido

13 jun 2019 - 15h11
(atualizado às 15h20)
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O suposto ataque hacker ao celular do juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, pode não ter sido o único. Os aparelhos de mais nove pessoas, todas ligadas à Operação Lava Jato, em quatro estados do Brasil, também foram invadidos, de acordo com as autoridades brasileiras.

Entenda os ataques de hackers e os impactos na Lava Jato
Entenda os ataques de hackers e os impactos na Lava Jato
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Entre os alvos, estão o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato; o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot;o desembargador federal Abel Gomes, relator dos processos da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2); o juiz Flávio de Oliveira Lucas, que atou como substituto nas férias de Gomes; e a juíza federal Gabriela Hardt, que substituiu Moro na 13.ª Vara Federal de Curitiba entre novembro de 2018 e abril de 2019. Também estão na lista os procuradores Thaméa Danelon, ex-coordenadora da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, Andrey Borges, Marcelo Weitzel e Danilo Dias.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) afirmam ter indícios de que os ataques foram planejados e tiveram alcance mais amplo do que se sabe até agora.

As mensagens hackeadas e atribuídas a Moro foram divulgadas pelo site "The Intercept Brasil", do jornalista Glenn Greenwald. Nelas, Moro e Dallagnol trocam orientações e combinam procedimentos da Operação Lava Jato, inclusive sobre o processo que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apoiadores de Lula e críticos a Moro começaram, então, a questionar a Lava Jato e as decisões judiciais, enfraquecendo a imagem do ministro, um dos nomes mais fortes do governo de Jair Bolsonaro. O presidente, por sua vez, tem mantido seu apoio a Moro, mas trata o tema com cautela. Já a cúpula militar do governo está preocupada com o fato dos ataques hackers chegarem ao alto escalão, já que Bolsonaro é usuário assíduo de redes sociais e do WhatsApp e porta um celular comum para acessar esses aplicativos, ao invés de um aparelho fornecido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

 "Hacker aqui" 

Ontem, o jornal "O Estado de S.Paulo" revelou que os membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) tinham sido alvos de um ataque. Eles perceberam o ataque dentro de um grupo que mantêm no aplicativo Telegram. Os participantes do grupo receberam mensagens do número de celular do conselheiro Marcelo Weitzel que diziam "é uma amosta do que vocês vão ver na semana que vem".

Estranhando o texto, questionaram se Marcelo tinha mesmo escrito as mensagens e receberam como resposta "hacker aqui".

Telegram 

O aplicativo de mensagens Telegram, por sua vez, negou que tenha sido alvo de ataque de um hacker. Questionado por internautas, o aplicativo respondeu pelo seu perfil oficial no Twitter que os conteúdos trocados entre Moro e Dallagnon não foram obtidos através de quebra de códigos de segurança do aplicativo.

Além disso, as autoridades brasileiras disseram ter provas de que ao menos uma das mensagens divulgadas pelo "Intercept" foi alterada e não condiz com a mensagem original. Investigações dos ataques a hackers - A Polícia Federal abriu pelo menos quatro inquéritos para investigar os ataques. As investigações ocorrem em Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro e são Paulo.

Ansa - Brasil   
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