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Em meio à fala polêmica de ministro do Meio Ambiente, Mourão defende papel de Chico Mendes na história do país

12 fev 2019 - 20h42
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Um dia depois de o ministro do Meio Ambiente relativizar a figura do ambientalista Chico Mendes, o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu seu papel e afirmou que o seringueiro, assassinado em 1988, faz parte da história do Brasil.

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles
23/01/2019
REUTERS/Adriano Machado
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles 23/01/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

"O Chico Mendes faz parte da história do Brasil na defesa do meio ambiente. É história. Assim como outros vultos passaram na nossa história", disse Mourão.

Na noite de segunda-feira, ao ser perguntado sobre a importância do ambientalista no programa Roda Viva, o ministro Ricardo Salles afirmou que não o conhecia. Depois, acrescentou que "ouvia história dos dois lados" e que as pessoas ligadas ao agronegócio acusavam Chico Mendes de "usar seringueiros para se beneficiar".

Com a insistência dos entrevistadores, que questionavam suas opiniões, Salles disse que a discussão sobre o seringueiro era "irrelevante". Com a insistência, o ministro cortou as perguntas. "Que diferença faz quem é Chico Mendes nesse momento?", perguntou.

Como parte de suas atribuições, o ministro supervisiona o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, que cuida das áreas de conservação no país.

A posição de Salles repercutiu negativamente entre ambientalistas e nas redes sociais, e o ministro foi bastante criticado.

A ex-candidata à Presidência pela Rede, Marina Silva --amiga da Chico Mendes-- comentou o caso em sua conta no Twitter.

"O ministro do Meio Ambiente não sabe da relevância de Chico Mendes por motivos óbvios: não é ambientalista e é desinformado. Chico faz parte do Panteão da Pátria e é reconhecido mundialmente. Apesar da ignorância de Salles, a luta de Chico permanece viva!", escreveu.

No início da noite, Salles também usou sua conta para comentar o caso.

"No campo dos esquerdopatas tudo é pretexto para não trabalhar. Quando disse que não achava relevante ficar discutindo opinião sobre Chico Mendes era justamente para evitar gastar energia com coisas improdutiva", criticou.

Perguntado especificamente pela fala de Salles, o vice-presidente afirmou que não valia à pena "polemizar".

Advogado e administrador, Ricardo Salles foi nomeado ministro do Meio Ambiente por ter sido secretário de Meio Ambiente do governo do tucano Geraldo Alckmin, em São Paulo, onde ficou por pouco mais de um ano. Criticado por ambientalistas, Salles é bem-visto por ruralistas e teve sua nomeação defendida pela Sociedade Rural Brasileira.

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