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Política

Carlos vaza áudio de Bolsonaro para atacar ministro

A Polícia Federal e o Ministério Público decidiram investigar o caso.

13 fev 2019 - 19h36
(atualizado às 19h58)
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Envolvido em denúncias de que seu partido, o PSL, teria usado candidatos laranja para acessar recursos públicos de financiamento de campanha, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, foi alvo de um ataque direto do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, que chegou a vazar um áudio do pai em sua conta no Twitter e o acusou de mentir.

"Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: É uma mentira absoluta de Gustavo Bebianno que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista", escreveu Carlos em sua conta no Twitter.

Ministro Gustavo Bebianno
07/10/2018
REUTERS/Sergio Moraes
Ministro Gustavo Bebianno 07/10/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

Em seguida, Carlos coloca um áudio do próprio Bolsonaro, aparentemente falando ou enviando uma mensagem a Bebianno, em que o presidente diz: "Gustavo, está complicado eu conversar ainda, então não vou falar com ninguém a não ser o estritamente essencial. E estou em fase final aqui de exames para possível baixa hoje, tá ok? Boa sorte aí."

De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, Bebianno, que durante a campanha eleitoral era o presidente do PSL, teria sido responsável pela liberação de 250 mil reais de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada.

A gráfica teria sido a mesma usada por uma suposta candidata laranja, criada pelo atual presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE). Maria de Lourdes Paixão teve 274 votos, mas recebeu 400 mil reais de recursos para a campanha, o terceiro maior valor dentro do partido. A candidata diz ter repassado 380 mil reais à mesma gráfica de faixada.

A Polícia Federal e o Ministério Público decidiram investigar o caso.

Na terça-feira, em entrevista ao jornal O Globo, Bebianno negou ser um fator de instabilidade no governo e garantiu ter falado três vezes durante o dia com o presidente, o que levou ao ataque de Carlos Bolsonaro, desmentindo sua versão.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, minimizou o caso.

"Ajustes nas relações são normais. Nós temos 40 dias de governo. O presidente, desses 40 dias, quase 20 ficou hospitalizado. Tem que ter paciência. A gente tem que ir com calma", afirmou Onyx.

"O ministro Gustavo Bebianno é uma pessoa super dedicada ao projeto, é um homem sério, responsável, correto. Acho que essas coisas são naturais em um processo que está iniciando. Então tem que ajustar as coisas, isso vai se ajustar. Ninguém vai criar uma onda onde não tem razão para ser."

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