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Em Hamburgo, Temer busca mostrar otimismo e afirma que 'não tem crise econômica'

Depois de anunciar que não iria à cúpula do G20, presidente chega à Alemanha e afirma que dados 'mostram crescimento'.

7 jul 2017 - 07h57
(atualizado às 09h11)
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Temer cumprimenta a chanceler alemã, Angela Merkel
Temer cumprimenta a chanceler alemã, Angela Merkel
Foto: BBC News Brasil

Ao chegar a Hamburgo, na Alemanha, para a cúpula do G20, o presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira que "não existe crise econômica" no Brasil.

Questionado também se a crise política atrapalha sua participação no evento, que reúne até o sábado os líderes dos países mais industrializados do mundo, Temer respondeu que não.

"Pode levantar os dados e você verá que estamos crescendo no emprego, na indústria e no agronegócio. Lá não tem crise econômica", reforçou o presidente.

Porém, enquanto o presidente tenta passar normalidade em seu discurso, dados concretos apontam em outra direção.

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Segundo o IBGE, após oito trimestres de queda, a economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o último de 2016, mas as projeções para o resultado fechado de 2017 voltaram a piorar depois da intensificação da crise política, com a assinatura da delação premiada da JBS, como parte da Operação Lava Jato.

Após ser denunciado pela Procuradoria Geral da República, Temer chegou a cancelar sua vinda a Hamburgo.

Apenas na segunda-feira ele mudou os planos e confirmou sua presença na reunião do G20.

Teme olha para uma caneta
Teme olha para uma caneta
Foto: BBC News Brasil

Com isso, fará uma passagem rápida pelo G20 e, ao menos até agora, sem compromissos bilaterais previstos para ocorrer paralelamente ao evento, como é comum.

O presidente dos EUA, Donald Trump, por exemplo, reuniu-se na quinta-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, e tem nesta sexta-feira seu primeiro compromisso bilateral com o presidente russo, Vladimir Putin.

No lado econômico, o Brasil tambem perdeu no G20 bastante protagonismo nos últimos anos.

Segundo levantamento da BBC Brasil a partir de dados do FMI, o país caminha para o terceiro ano com o pior desempenho do PIB entre os países que integram o grupo.

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A expectativa é que, após acumular queda de 7,2% nos últimos dois anos, a economia brasileira fique estagnada em 2017. Os demais países cresceram em média 5% na soma de 2015 e 2016 - alta puxada por outras nações emergentes, como Turquia (9%), Indonésia (10%), China (14%) e Índia (15,3%), embora mesmo nações desenvolvidas também tenham registrado desempenho bem melhor que o Brasil no período, como Estados Unidos (4,25%) e Reino Unido (4%).

Noita de 50 reais enrolada e contra a luz
Noita de 50 reais enrolada e contra a luz
Foto: BBC News Brasil

A projeção é que neste ano os países do G20 cresçam, em média, 2,5%.

Temer, no entanto, tem buscado passar otimismo com a economia brasileira, que vinha mostrando sinais de retomada antes do agravamento da crise política, em maio.

Nesta manhã, antes do inicio dos trabalhos, ele participou de uma reunião dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), grupo que tradicionalmente aproveita a cúpula para realizar um breve encontro paralelo.

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Em seu discurso, o presidente voltou a enfatizar a superação da crise. "O Brasil está superando uma das mais graves crises de sua história graças a uma ambiciosa agenda de reformas que traz de volta o crescimento e o emprego. Diante de nossos problemas, escolhemos o caminho mais responsável, que construímos em constante interlocução com o Congresso Nacional e o conjunto da sociedade", disse.

Acompanhando o presidente na cúpula, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu que "existe uma certa diminuição do nivel de confianca (na economia)" devido à crise politica, mas que "o mercado tem mantido relativa estabilidade" e "a economia está indo bem".

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