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Em "Dia D" da reforma, governo e aliados querem definir apoios para tentar votar Previdência na próxima semana

6 dez 2017 - 08h52
(atualizado às 09h58)
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No que tem sido considerado como "Dia D", o Palácio do Planalto e aliados querem definir nesta quarta-feira qual o real apoio dos deputados da base aliada para tentar votar o primeiro turno da nova versão da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados na próxima semana.

Vista do Palácio do Planalto em Brasília 12/03/2014  REUTERS/Ueslei Marcelino
Vista do Palácio do Planalto em Brasília 12/03/2014 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Pela manhã, o presidente Michel Temer reúne líderes de partidos da base num café da manhã no Palácio da Alvorada para fazer uma avaliação dos votos que o governo tem para votar a proposta.

Ao longo do dia, partidos como o PMDB e o PSDB marcaram reuniões para decidir se vão fechar questão em favor da reforma, iniciativa que obriga os parlamentares a apoiar a proposta, sob pena de serem punidos até mesmo com a expulsão.

A aposta de governistas é que o fechamento de questão do PMDB, partido de Temer, pode impulsionar os demais partidos da base a votar a reforma. Por ora, projeções feitas por aliados indicam que o Planalto não tem os 308 votos mínimos para passar a proposta no plenário da Câmara.

Na véspera, Temer e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, procuraram demonstrar otimismo com a possibilidade de aprovação da proposta. Mas a ordem do governo é só colocá-la em votação se houver votos.

"Havendo voto, vai a voto. Se não tiver votos, não tem sentido (votar). Acho que vai ser agora. Pelo menos o ambiente está muito bom. Estou animadíssimo. Mudou o clima", disse Temer. "A probababilidade de a gente aprovar cresceu muito. Na medida em que os sete partidos fecharem questão, seguramente nós teremos do PSDB uma posição favorável, sem dúvida nenhuma, é uma questão programática do PSDB o compromisso com o ajuste fiscal", afirmou Padilha.

O relator da reforma na Câmara, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), que se reuniu com o presidente também na terça, disse que há condições para se começar a discutir o texto a partir da segunda-feira da próxima semana de modo a tentar votar a matéria, em primeiro turno, em seguida.

Apesar da sinalização positiva, a tendência é que somente o PMDB feche questão a favor da reforma nesta quarta. De passagem por Brasília na terça-feira, o futuro presidente do PSDB e governador paulista, Geraldo Alckmin, defendeu o apoio à proposta na base do "convencimento" e avaliou que não haverá unanimidade em nenhum partido.

Outros partidos resistem a fechar questão. O DEM deve votar em sua maioria a favor da proposta sem tomar essa decisão, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ). O PP só vai se reunir para discutir fechamento de questão se a proposta for incluída na pauta da Câmara, informou em nota o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI).

Responsável por ter sugerido no domingo a Temer o fechamento de questão em encontro no domingo com dirigentes partidários, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse à Reuters que está consultando dirigentes petebistas e deverá oficializar tal posição até o fim de semana.

Além do fechamento de questão, outra estratégia articulada pelo governo com aliados para convencer a base a aprovar a reforma é apoiar a adoção de uma "verba extra" nos recursos previstos para serem usados pelos parlamentares por meio de emendas individuais em 2018, ano de eleições gerais, conforme revelou a Reuters na terça.

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