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Em busca de popularidade, Bolsonaro usa mil dias de governo para viajar pelo país

27 set 2021 - 17h36
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O Palácio do Planalto vai usar a comemoração de mil dias do governo de Jair Bolsonaro para acelerar ainda mais a sequência de viagens que o presidente tem feito pelo país, em uma tentativa de melhorar a popularidade do presidente, que vem caindo a cada pesquisa.

01/06/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino
01/06/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Ao longo desta semana, vai a pelo menos seis Estados, com cerca de oito eventos diferentes, em todas as regiões do país, em um intensivo de pequenas inaugurações e entregas organizadas pelos ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional.

A agenda em si não difere muito do que Bolsonaro tem feito até aqui: entrega de um residencial no interior de Alagoas, títulos de propriedades rurais na Bahia, inauguração de uma termelétrica em Roraima, visita às obras do metrô em Belo Horizonte --onde a intenção é assinar a sanção de um projeto de lei que libera recursos, mas ainda depende da aprovação do Congresso-- inauguração do metrô de Maringá (PR), terra do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

Na lista entram ainda a assinatura da concessão dos aeroportos do chamado Bloco Norte --Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Cruzeiro do Sul (AC), Tabatinga (AM), Tefé (AM) e Boa Vista--, que foram leiloados em abril, e a concessão da BR 153, em Anápolis (GO).

A sequência de viagens serve para Bolsonaro vender seu governo em um momento de queda na popularidade. O último levantamento Datafolha, feito na metade de setembro, mostrou que 53% dos brasileiros consideram seu governo ruim ou péssimo, e apenas 22% consideram ótimo e bom.

Na semana passada, pesquisa do Instituto Ipec --formando por antigos integrantes do Ibope-- chegou aos mesmos números. Nas duas pesquisas, Bolsonaro perde a reeleição para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, a depender do cenário, isso poderia acontecer ainda no primeiro turno.

No primeiro evento dos mil dias, nesta segunda --o lançamento de um programa de microcrédito pela Caixa que serviu para ministros rasgarem elogios ao presidente-- Bolsonaro afirmou que o debate para as eleições de 2022 foi antecipado, mas que ele não iria entrar "na guerra da reeleição agora".

De fato, adversários --incluindo Lula, Ciro Gomes e os governadores tucanos João Dória (SP) e Eduardo Leite (RS)-- já se preparam para 2022, em uma antecipação inédita das discussões eleitorais. Mas o próprio Bolsonaro não está fora disso, apesar de suas palavras nesta segunda.

O presidente tem dedicado vários dias a viagens, especialmente às regiões Norte e Nordeste, em que pouco fala do evento que o levou até lá, mas concentra esforços em comparar seu governo com anteriores, e lançar alertas ao que chama de perigo da "volta do comunismo" --que nunca existiu no Brasil.

Mesmo nesta segunda, em seu discurso no Planalto, Bolsonaro recuperou a ameaça que supostamente representaria um presidente petista de volta à Presidência.

Bolsonaro se dedica ainda a participar de atos organizados por apoiadores com seu incentivo, em defesa do governo, especialmente "motociatas".

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