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Economistas filiados ao PSDB pedem a Tasso que partido entregue ministérios e seja refundado

3 ago 2017 - 15h09
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Quatro economistas com ligação histórica ao PSDB enviaram uma carta ao presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), pedindo que a sigla entregue os ministérios que ocupa no governo do presidente Michel Temer, renove sua direção e seja refundado "programática e eticamente".

Na carta assinada por Elena Landau, Gustavo Franco, Edmar Bacha e Luiz Roberto Cunha, o grupo afirma que considerou a possibilidade de se desfiliar do PSDB, mas que decidiram, em vez disso, enviar a carta a Tasso dado o que chamaram de "sábia decisão" do senador de convocar para agosto uma convenção do partido.

"Não vemos no horizonte político brasileiro outro partido com igual força para se contrapor ao enorme risco que, mantido o atual governo, o país enfrentará nas eleições presidenciais de 2018. Trata-se da possibilidade da eleição de um radical populista, de esquerda ou de direita, que arruinaria com as perspectivas econômicas e talvez mesmo com a democracia no país", afirma a carta publicada nas redes sociais.

A carta dos economistas vem em um momento em que o PSDB, que ocupa quatro ministérios no governo federal, parece dividido sobre a permanência ou não na administração Temer, atingido por denúncias de corrupção no âmbito da delação de executivos da J&F, holding que controla a JBS.

Vem também em meio às acusações contra o presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), acusado de ter pedido e recebido 2 milhões de reais do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Aécio teve a prisão pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e chegou a ser afastado de seu mandato parlamentar."Infelizmente, incapaz até agora de se dissociar de um governo manchado pela corrupção institucionalizada que herdou do PT, o PSDB tem optado por deixar vazio o centro político ético de que o país tanto precisa. Como afiliados com alguma responsabilidade pelas opções técnicas do partido, esperamos com esta carta poder influir para mudar essa orientação."

Embora defendam o rompimento com o governo Temer, os economistas pedem que o PSDB mantenha o apoio à atual equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e vote pela aprovação de reformas no Congresso Nacional.

Franco foi presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, Bacha foi um dos elaboradores do Plano Real e presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na gestão FHC e Landau chefiou o programa de desestatização do governo tucano.

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