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Economia de R$600-700 bi com reforma da Previdência pode satisfazer investidores, mas não governo, diz Mansueto

10 abr 2019 - 18h18
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Uma economia com a reforma da Previdência de 600 bilhões de reais a 700 bilhões de reais em uma década pode satisfazer os investidores, mas não o governo, que ainda mantém sua meta de 1 trilhão de reais com a proposta, afirmou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, nesta quarta-feira.

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, fala a jornalistas em evento em São Paulo. 07/02/2019. REUTERS/Stefani Inouye
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, fala a jornalistas em evento em São Paulo. 07/02/2019. REUTERS/Stefani Inouye
Foto: Reuters

O Brasil também deve continuar cortando gastos públicos para ganhar no longo prazo, disse Mansueto, mesmo que isso tenha um efeito prejudicial de curto prazo sobre a economia, que segue lutando para ganhar força.

Os gastos previdenciários são, de longe, o maior obstáculo para as finanças do governo. No ano passado, eles representaram 44 por cento do orçamento do governo federal e 8,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Sem a reforma, segundo o governo, os gastos subirão para 17 por cento do PIB até 2060.

    Questionado sobre o que representaria uma reforma previdenciária "forte", Almeida disse que uma economia de 400 bilhões de reais seria "muito baixa" e que o consenso de mercado, de cerca de 600 bilhões a 700 bilhões de reais, poderia ser aceitável para os investidores, mas não para ele.

    "A proposta que enviamos espera algo próximo de 1 trilhão de reais. Essa é a quantia certa, a melhor quantia. Mas vamos ver", disse Mansueto à Reuters, em entrevista feita durante participação em uma conferência em Nova York.

    A maior variável para uma matéria ganhar o aval do Congresso é a capacidade do governo de construir apoio político entre parlamentares que representam cerca de 30 partidos, disse Mansueto, admitindo que houve "alguns problemas" com a comunicação entre o governo e o Congresso.

A economia brasileira continua com dificuldade para ganhar tração após a recessão de 2015 e 2016, e dados econômicos divulgados até agora têm decepcionado neste ano. Na esteira dos economistas do setor privado, o governo e o Banco Central reduziram suas previsões de crescimento, mas isso não altera a necessidade de manter a disciplina fiscal, disse Mansueto.

    "É claro que o crescimento mais lento impacta a receita, e isso pode trazer alguns problemas em termos de superávit primário", afirmou o secretário do Tesouro.

    "Não importa se a economia está crescendo mais rápido ou mais devagar, precisamos cortar gastos. Assim que a economia começar a crescer novamente, teremos a receita e poderemos aumentar o investimento novamente", disse ele.

    A regra do teto de gastos significa que o governo deve cortar os gastos públicos em dois pontos percentuais ao longo de um mandato de quatro anos.

((Tradução Redação Brasília, 5561 3426-7021)) REUTERS MA JCG

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