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Direção do PSB tenta consenso sobre aliança nacional antes da convenção do partido

31 jul 2018 - 20h40
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O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou nesta terça-feira que trabalha para construir um consenso sobre eventual aliança na disputa ao Palácio do Planalto até sábado, um dia antes da convenção nacional que oficializará a posição do partido.

Presidente do PDT, Carlos Lupi, discursa ao lado do presidenciável Ciro Gomes, na convenção do partido
20/07/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente do PDT, Carlos Lupi, discursa ao lado do presidenciável Ciro Gomes, na convenção do partido 20/07/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Cobiçado tanto pelo PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quanto pelo PDT, que já formalizou a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, o PSB discute se escolherá uma das candidaturas ou se deixará de formalizar uma coligação.

"Existem três tendências naturalmente postas... vamos encontrar um consenso em uma delas até o sábado para chegar no domingo com uma certa", disse o presidente do PSB após encontro com partidos de esquerda em Brasília.

"O esforço é esse", disse, referindo-se a evitar que a definição se dê por meio de votação. "Ou, se for para voto, que seja uma coisa que seja um certo consenso", explicou, acrescentando que se houver "unidade" em torno de uma das três teses ela acabará influenciado os demais.

Boa parte da sigla é simpática a uma aliança com o PDT, mas há considerável resistência em Estados de peso para o partido. Pernambuco, por exemplo, inclina-se a uma aliança com o PT, em troca da retirada da candidatura da petista Marília Arraes, sobrinha de Eduardo Campos.

Ainda que a posição tenha ganhado um reforço com o posicionamento do PSB da Paraíba, que anunciou apoio à candidatura de Lula, há divergências em Pernambuco, afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi, também presente no encontro desta terça-feira.

Outro Estado importante para o PSB é São Paulo, onde o atual governador Márcio França (PSB), que foi vice de Geraldo Alckmin (PSDB) no governo estadual, disputa a reeleição. Para os socialistas de São Paulo interessa uma postura de neutralidade. Siqueira, aliás, argumentou que o PSB não ficará neutro, mesmo que decida não se coligar com o PDT ou o PT.

"Não existe ninguém neutro, menos ainda um partido político como o nosso, que tem 70 anos de atuação na vida pública nacional", disse Siqueira.

"O que nós podemos ter... é uma posição de não ter coligação formal com nenhum dos candidatos que nos interessam que estão aqui", acrescentou.

PÊNALTIS

Questionado sobre a possibilidade de o PSB oferecer um nome para vice caso feche apoio a uma das candidaturas presidenciais, Siqueira desconversou e disse que não pode discutir o assunto quando nem sequer há definição sobre se e com quem se coligarão.

Admitiu, no entanto, simpatia pelo nome do ex-prefeito de Curitiba e deputado Luciano Ducci (PSB-PR) caso o partido se decida por uma coligação.

"Luciano é um nome excelente, não tenho dúvida nenhuma, uma pessoa de muitos anos de partido, da nossa inteira confiança. Mas não estamos discutindo vice, reitero, de ninguém, até porque não sabemos quem vamos apoiar. E até se vamos apoiar de fato no primeiro turno alguém", disse o presidente do PSB.

Já o PCdoB, que deve oficializar a candidatura de Manuela D'Ávila na tarde da quarta-feira, não descarta o "debate de ideias" levando em conta a "bandeira da unidade" do campo político, nas palavras da presidente nacional do partido, Luciana Santos, que também esteve na reunião.

"Nós vamos homologar (a candidatura) na perspectiva de fazer o debate de ideias e o tempo político é que vai construir as alternativas que vão ser apresentadas até onde for possível a gente debater a estratégia política", disse, ao ser questionada sobre a possibilidade de Manuela retirar sua candidatura ou configurar como vice em uma das chapas de esquerda.

Novamente questionada sobre eventual desistência da candidata comunista no primeiro turno, Luciana respondeu que "a vida é que vai dizer, a gente não tem como antecipar".

"Vai ser pior do que a Copa do Mundo, na minha opinião. Talvez a gente vá resolver o conjunto do nosso projeto político nos pênaltis, não vai ser nem no segundo tempo nem na prorrogação. Nos pênaltis", afirmou  a presidente do PCdoB.

Lupi, por sua vez, negou qualquer frustração com a negativa de Márcio Lacerda (PSB), que disputa o governo de Minas Gerais, para eventual posto como companheiro de chapa de Ciro. Segundo ele, caso feche pela coligação, o PSB terá a decisão sobre a vice nas mãos.

"Depende da decisão do PSB... se for essa a decisão, aí é o PSB que diz."

Na mesma linha, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, assegurou que o partido discutirá o tema com as siglas da coligação.

"Se nós tivermos uma coligação, nós vamos discutir com os partidos coligados, claro. Queremos que esteja o PSB, queremos que esteja o PCdoB, gostaríamos que estivesse o PDT", disse.

"A esquerda tem causas e luta unida por suas causas. Senão estivermos unidos no primeiro turno estaremos com certeza no segundo turno."

A petista afirmou que a candidatura de Marília Arraes em Pernambuco ainda está em discussão. Aproveitou para afirmar que o partido não apoia a candidatura à reeleição do senador Eunício Oliveira (MDB-CE) e negou que Lula tenha enviado carta de apoio ao parlamentar.

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