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Dezenas de milhares de brasileiros protestam em todo o país

17 jun 2013 - 20h13
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Dezenas de milhares de brasileiros participaram de manifestações nesta segunda-feira em São Paulo e nas maiores cidades do país para protestar contra o aumento das tarifas dos transportes públicos e os gastos com a Copa de 2014.

A polícia estima que cerca de 30.000 pessoas participaram dos protestos na Avenida Paulista, em São Paulo.

No Rio de Janeiro, outra grande manifestação tomou conta de toda a avenida Rio Branco. A Polícia Militar estimou que cerca de 40.000 manifestantes estão no centro do Rio.

Confrontos foram registrados em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Manifestantes jogavam pedras, coquetéis Molotov e disparavam rojões em direção a policiais acuados no prédio da Alerj, alvo de pichações.

Em Brasília, manifestantes marcharam pela Esplanada dos Ministérios e centenas ocuparam o teto do Congresso Nacional.

"Brasil se fodeu, o povo apareceu", "sou brasileiro com muito orgulho", cantavam os manifestantes. Ao menos 5 mil pessoas protestaram em Brasília, em meio a manifestações por todo o país, segundo a polícia local.

Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Curitiba também tiveram protestos nesta segunda-feira.

As manifestações reúnem diversos movimentos de contestação, que vão daqueles que protestam contra o aumento das tarifas dos transportes coletivos aos que condenam os gastos com os eventos esportivos sediados no Brasil.

Mais cedo, em Belo Horizonte, a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes para impedir que o movimento chegasse ao Mineirão, onde Nigéria e Taiti jogavam pela Copa das Confederações.

No Rio de Janeiro, o protesto, acompanhado de perto pelas forças de segurança, ocorria sem violência.

Convocadas através das redes sociais, as reivindicações não têm vínculo político. Com gritos de "não tenho partido", a maior parte dos manifestantes é composta por jovens da classe média.

"Eu vim porque quero que o Brasil acorde. Não é apenas contra a alta dos preços dos transportes, mas pela educação e pela saúde", disse à AFP Diyo Coelho, 20 anos, que participava de uma passeata junto a um grupo de amigos em São Paulo, que levavam flores brancas nas mãos.

"Vem, vem, vem pra rua, vem!", gritavam os manifestantes no centro histórico e financeiro do Rio.

Do alto dos prédios comerciais, pessoas jogavam papéis brancos em apoio aos manifestantes.

"Estou aqui para mostrar que o Brasil não é apenas o país do futebol e do carnaval. Aqui nós temos outras preocupações, como a falta de investimentos em coisas realmente importantes, como saúde e educação", disse Daiana Venâncio, 24 anos, bacharel em direito.

A onda de protestos começou em São Paulo na semana passada. O motivo inicial era contestar o aumento das tarifas dos transportes coletivos, que passaram de R$ 3,00 para R$ 3,20. Rapidamente as manifestações se espalharam para outras cidades.

Na ordem do dia dos protestos estão os gastos colossais com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo -- 15 bilhões de reais -- em detrimento de outras áreas, como saúde e educação.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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