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Deputados mostram pouca disposição para votar reoneração e privatização da Eletrobras, diz governista

11 abr 2018 - 03h43
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Deputados da base aliada demonstram pouca disposição de votar projetos como o da reoneração da folha e o da privatização da Eletrobras diante da percepção, entre eles, de que ainda haveria espaço fiscal para o governo neste ano, avaliou uma liderança governista.

Torres de linhas de transmissão de energia em Brasília
31/08/2017
REUTERS/Ueslei Marcelino
Torres de linhas de transmissão de energia em Brasília 31/08/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Segundo essa fonte, que pediu para não ser identificada, impera o clima de que mesmo com previsão de déficit, deputados da base encaram que não há necessidade de aprovação imediata das duas medidas, que passaram a ser prioridade quando o governo se viu impossibilitado de aprovar a reforma da Previdência. 

"Há uma sensação crescente de que haveria espaço (fiscal), é essa a conversa que está crescendo", disse a liderança. 

Com a mudança do cenário, até mesmo a equipe econômica reconheceu a dificuldade em aprovar os projetos e retirou as receitas previstas com a eventual aprovação deles de seus cálculos para as contas públicas deste ano. 

Diante da baixa perspectiva de votação desses temas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem a intenção de tocar uma agenda mínima de temas econômicos --o projeto que trata do cadastro positivo, outro que regulamenta a duplicata eletrônica e ainda texto que trata dos depósitos voluntários. 

BANCO CENTRAL

Outro tema que ganhou foco do presidente da Câmara e já consta como segundo item da pauta desta semana é um projeto sobre a autonomia do Banco Central. Há um texto do próprio Maia na roda de discussão, mas na avaliação dessa fonte não há resistência do presidente da Câmara em dicustir com o Senado e o governo a aprovação do projeto que estiver mais encaminhado. 

Mais cedo, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), afirmou que o Executivo está trabalhando num texto para autonomia do BC que contemple também outras demandas apresentadas pela autoridade monetária.

"A ideia é fechar um texto mais abrangente e, se este texto for fechado para semana, o governo encaminhar", afirmou ele, ressaltando que parte das medidas na mesa tem que ser necessariamente enviada pelo Executivo para que exista possibilidade de alteração de regras.

Entram no balaio temas como criação de cargos na autarquia, questão dos mandatos e da autonomia administrativa.

Jucá também afirmou que o texto trabalhado pelo governo não trará uma meta para o Produto Interno Bruto (PIB), mas que ainda está sendo discutido se além de um mandato para a inflação haverá algo mais para "referenciar nível de emprego, nível da economia, mas não com meta específica". Ele reconheceu que nada nesse sentido está definido, destacando que o BC é contra a ideia.

O assunto, de qualquer forma, não deve ir a voto nesta semana, já que o clima na Casa deve ser dominado pela ressaca da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de semana, e também do fim da janela partidária, encerrada na sexta-feira. 

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