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Deputados democratas dos EUA criticam aproximação com Bolsonaro

10 jan 2019 - 10h09
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Em carta, grupo de congressistas do Comitê de Relações Exteriores afirma que diplomacia americana deveria ter condenado "recentes ações que tiveram como alvo as comunidades LGBT, indígena e afro-brasileira".Um grupo de deputados democratas do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA questionou o secretário de Estado Mike Pompeo sobre seus elogios ao presidente Jair Bolsonaro.

Pompeo se reuniu em Brasília com Bolsonaro e reiterou "forte parceria entre EUA e Brasil"
Pompeo se reuniu em Brasília com Bolsonaro e reiterou "forte parceria entre EUA e Brasil"
Foto: DW / Deutsche Welle

Em carta aberta publicada nesta quarta-feira (09/01), o grupo liderado pelo deputado Eliot L. Engel, presidente do comitê, disse que Pompeo, ao contrário, deveria ter condenado, em público e em privado, as "recentes ações que tiveram como alvo as comunidades LGBT, indígena e afro-brasileira".

Os deputados disseram estar preocupados com a ausência desse questionamento, o que, segundo eles, pode minar o comprometimento dos Estados Unidos com a democracia e os direitos humanos no continente americano.

"Ficou imediatamente claro que as preocupantes declarações passadas de Bolsonaro sobre direitos humanos não se limitam mais somente à retórica", afirmaram os signatários.

"Ficamos, assim, perplexos que, após o seu encontro com o presidente Bolsonaro, um comunicado do Departamento de Estado explicou que o senhor 'reafirmava a forte parceria entre EUA e Brasil, enraizada no nosso compromisso comum com a democracia, educação, prosperidade, segurança e direitos humanos'. Não está claro que o presidente Bolsonaro compartilhe desses valores", criticaram.

O grupo lembrou decisões recentes do governo Bolsonaro, como a transferência da demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura e a exclusão da comunidade LGBT dos grupos que serão protegidos pelo novo Ministério dos Direitos Humanos.

"É essencial que os Estados Unidos continuem a defender a natureza universal dos direitos humanos, manifestando-se quando os direitos de qualquer grupo marginalizado sejam postos em risco", diz a carta, que é assinada por seis democratas e nenhum republicano do comitê, formado por 39 congressistas.

Numa reunião em Brasília com Pompeo, Bolsonaro, que é fã declarado do presidente Donald Trump, comprometeu-se a fortalecer a cooperação econômica e na área da segurança, bem como na luta contra os regimes autoritários de Venezuela e Cuba.

"A minha reaproximação com os Estados Unidos é econômica, mas também pode ser militar", disse o presidente. Ele afirmou estar pronto para a instalação "no futuro" de uma base militar americana em território brasileiro. Mais tarde, diante da repercussão negativa entre os militares brasileiros, voltou atrás.

É a segunda vez que deputados democratas americanos se manifestam contra Bolsonaro. Em outubro, às vésperas do segundo turno, um grupo de 18 legisladores pediu a Pompeo que condenasse o então candidato do PSL por encorajar a violência política, mostrar falta de compromisso com a democracia e atacar minorias.

AS/ots

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