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Política

CNT/MDA: Ciro e Marina melhoram; Alckmin aumenta rejeição

14 mai 2018 - 14h45
(atualizado às 14h59)
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Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, durante evento com prefeitos em Niterói
08/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, durante evento com prefeitos em Niterói 08/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Os pré-candidatos à Presidência da chamada centro-esquerda, como Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), apresentaram melhoras no cenário eleitoral, apontou pesquisa de intenção de voto CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira, que mostrou, ao mesmo tempo, um aumento da rejeição ao pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

Dados da sondagem divulgada nesta segunda apontam que Ciro inverte posicionamento do levantamento anterior e passa a figurar numericamente à frente de Alckmin, embora ainda tecnicamente empatado com ele, em todos os cenários pesquisados em que o tucano aparece.

Marina, por sua vez, mantém a posição que já tinha na pesquisa anterior, mas agora em empate técnico com Ciro em todos os cenários, mesmo que numericamente à frente.

A pesquisa também mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a primeira colocação no cenário em que aparece como candidato, enquanto o deputado Jair Bolsonaro (PSL) segue na liderança nos cenários sem o petista.

Lula registrou 32,4% das intenções de voto em cenário de primeiro turno, à frente de Bolsonaro (PSL), com 16,7%, e Marina, com 7,6%, numericamente à frente de Ciro, com 5,4%. Na pesquisa anterior, de março, Lula tinha 33,4%, Bolsonaro tinha 16,8% e Marina aparecia com 7,8%, seguida de Alckmin, que registrava 6,4% dos votos.

Em cenário de primeiro turno sem Lula e com uma quantidade maior de candidatos, Bolsonaro ocupa o primeiro lugar com 18,3%, à frente de Marina, com 11,2%, e com Ciro em terceiro, com 9%, numericamente à frente de Alckmin, com 5,3%. No levantamento de março, Bolsonaro tinha 20% no cenário sem Lula, enquanto Marina aparecia com 12,8%. Em seguida vinha Alckmin, com 8,6%, e Ciro, com 8,1%.

Nos cenários de simulação de segundo turno, Lula é o vencedor em todas as disputas em que aparece como candidato.

Sem o petista, Bolsonaro é quem lidera em quase todos os cenários de segundo turno, mas o deputado empata com Marina, ambos com 27,2%, e também ocorre um empate técnico dele com Ciro --Bolsonaro angaria 28,2% e o pré-candidato do PDT acumula 24,2%.

Na avaliação do presidente da CNT, Clésio Andrade, os candidatos mais posicionados à esquerda estão melhor colocados no cenário eleitoral do que os de centro-direita.

"Uma questão importante é que o (presidente Michel) Temer está fora de jogo, não tem condições de ser reeleito. Rodrigo Maia (DEM), Henrique Meirelles (MDB), Álvaro Dias (Podemos), também têm muita dificuldade, praticamente fora do jogo. E o Alckmin está começando a enfrentar algumas dificuldades", disse Clésio a jornalistas.

"Os candidatos de centro começam a se complicar muito aí. Os candidatos de centro-esquerda, que a gente considera Ciro e Marina, já estão se posicionando melhor", avaliou.

A análise do presidente da CNT é que, nos cenários que não consideram a candidatura de Lula, é perceptível um aumento de votos justamente para Ciro e Marina, mas há um grande aumento dos votos brancos, nulos e indecisos --em simulações de segundo turno chega a superar os 50 por cento.

"Os dois que mais se beneficiam com essa saída do presidente Lula são Ciro... e Marina", afirmou.

Lula está preso há mais de um mês em Curitiba cumprindo pena de 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Ele deve ficar inelegível e consequentemente impedido de entrar na disputa por causa da Lei da Ficha Limpa.

Por outro lado, ainda não pode ser percebido o impacto da desistência do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa de concorrer à Presidência da República pelo PSB nos índices dos demais concorrentes. A pesquisa teve início um dia após o anúncio da desistência da Barbosa.

"Não foi para candidato nenhum, foi para branco, nulo e indeciso", disse Clésio em entrevista coletiva.

A pesquisa entrevistou 2.002 pessoas em 137 municípios, entre os dias 9 e 12 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

De jeito nenhum

A pesquisa desta segunda apontou um alto índice de rejeição a todos os pré-candidatos, o que traz ainda mais indefinição ao cenário eleitoral.

Também foi identificado um aumento da rejeição a Alckmin. O percentual de entrevistados que declarou que não votaria "de jeito nenhum" no ex-governador de São Paulo passou de 50,7% em março para 55,9% em maio.

O fenômeno pode estar relacionado, segundo o presidente da CNT, às recentes denúncias envolvendo o PSDB, que pode ter prejudicado os índices do tucano, considerado "ainda competitivo" por Clésio Andrade.

Na avaliação dele, mesmo com percentual de rejeição acima dos 40% --algo que em outras eleições poderia ser determinante para impedir a eleição de um candidato--, Ciro também coloca-se como um candidato "competitivo".

Dentre os entrevistados, 46,4% declararam que não votariam em Ciro. No caso de Marina, a rejeição chega a 56,5%. O presidente Michel Temer chega aos 87,8%o de rejeição como candidato.  

A rejeição terá, avalia Clésio, forte influência na decisão do eleitorado, principalmente no segundo turno.

"Cria uma dúvida de quem pode ser eleito, mesmo", avaliou o presidente da CNT. "O segundo turno com certeza vai eleger o menos pior... mas com branco e nulo alto. Isso vai pesar, sim, a rejeição vai pesar no segundo turno", afirmou.

(Edição de Eduardo Simões)

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