Três anos após incêndio, começa restauração da fachada do Museu Nacional
Parte externa do imóvel será igual à original; única diferença no telhado é que alguns trechos serão transparentes para que o interior receba luz natural
RIO - Mais de três anos e dois meses após o incêndio que destruiu a sede do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, a fachada e o telhado do prédio começam a ser restaurados. Uma cerimônia realizada nesta sexta-feira, 12, dentro do prédio, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão (zona norte), marcou o início da recuperação da parte externa do imóvel, que continua cercado por tapumes e coberto por uma gigantesca estrutura de metal, para protegê-lo das chuvas. A fachada será igual à original, e a única diferença no telhado é que alguns trechos serão transparentes, para que o interior receba luz natural.
A previsão é que essa parte das obras termine até 7 de setembro de 2022, para que o museu sedie parte das comemorações do bicentenário da independência do Brasil. As obras internas só devem ficar prontas em 2026.
"Hoje nós damos o pontapé inicial para virar a página de uma das maiores tragédias que aconteceram no campo científico e cultural do nosso país. Aprendemos, da pior forma possível, mas aprendemos. Temos a chance de construir uma instituição que sirva de referência e modelo, não só no Brasil, mas na América Latina", afirmou o diretor do Museu, Alexander Kellner, durante a cerimônia.
A obra da fachada e do telhado vai custar R$ 23,6 milhões e será executada pela Concrejato Engenharia, empresa vencedora da licitação específica para essa etapa. A empresa tem mais de 40 anos e é reconhecida por trabalhos de restauração de monumentos históricos, como os prédios da Biblioteca Nacional e do Palácio Gustavo Capanema, no Rio, e da Catedral da Sé e da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.
"O processo licitatório foi coordenado pela Associação Amigos do Museu Nacional e a obra será administrada por ela", afirmou Luiz Fernando Dias Duarte, presidente da associação.
Toda a obra de reconstrução do museu deve custar cerca de R$ 380 milhões, dos quais até agora foram arrecadados 65%, principalmente advindos de doações de empresas como Bradesco e Vale e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O projeto de reconstrução do prédio foi dividido em quatro blocos. A obra agora iniciada se refere ao bloco 1. As obras nos outros três setores ainda estão em fase de projeto, que deve ser concluído em 2022.