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Cidades

SP: Justiça proíbe interdição de rodovias por caminhoneiros

2 jul 2013 - 17h26
(atualizado às 17h31)
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A Justiça de São Paulo concedeu liminar favorável ao governo do Estado, impedindo que caminhoneiros bloqueiem ou obstruam as rodovias paulistas, alvo de protestos da categoria, organizados pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro. A decisão, do juiz Randolfo Ferraz de Campos, da 14ª Vara da Fazenda Pública, estabelece multa de R$ 20 mil por hora à associação, em caso de descumprimento. 

“As paralisações aqui em análise vão além de reles movimento grevista para passar a abarcar a ocupação de rodovias que poderá tomar, pelo incentivo àquelas associadas invariavelmente a esta, proporção não definível com consequências igualmente não passíveis de definição, mas sempre com prejuízos de vulto até mesmo a terceiros”, afirmou o magistrado na decisão.

Em nota, o governo afirmou que “reitera seu compromisso com manifestações pacíficas e democráticas, que devem ser asseguradas e respeitadas, mas não podem causar prejuízo aos direitos de toda a população”. 

Protestos

Nesta terça-feira, caminhoneiros interditaram três faixas da marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, na região da rua Hungria. Às 9h, a pista foi liberada pelos manifestantes, que prometeram outros protestos em datas a serem definidas. 

O grupo de manifestantes que interditava os dois sentidos da rodovia Cônego Domênico Rangoni, na Baixada Santista, desde as 8h desta segunda-feira, liberou a via para a passagem de veículos nesta manhã, às 9h50, quase 26 horas após o início do bloqueio. De acordo com a Ecovias, o Batalhão de Choque da Polícia Militar chegou a ser acionado, mas a manifestação terminou de forma pacífica.

Na segunda-feira, a rodovia Castello Branco ficou bloqueada por caminhoneiros por quase 15 horas. Na via Anchieta, caminhoneiros interditaram duas faixas da pista sentido litoral, na altura do quilômetro 23 e reclamavam da postura do governo paulista em cobrar pedágios de caminhões por eixos, inclusive os que estiverem suspensos. A via foi desobstruída por volta das 20h da segunda-feira. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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