PUBLICIDADE

Cidades

Sem Bolsonaro, Museu da Língua Portuguesa é reinaugurado em São Paulo

Cerimônia de reabertura contou com presença dos presidentes de Portugal e Cabo Verde; chefe de Estado brasileiro esteve em motociata no interior paulista

31 jul 2021 - 12h52
(atualizado às 16h27)
Compartilhar
Exibir comentários

O Museu da Língua Portuguesa foi reinaugurado na manhã deste sábado, 31, na cidade de São Paulo. O evento contou com a presença dos presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, dos ex-chefes de Estado brasileiros Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB), de Jomo Fortunato, ministro da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola, de embaixadores de Moçambique e do Timor Leste no Brasil e outras autoridades. Embora esteja no Estado de São Paulo, Jair Bolsonaro não compareceu à cerimônia e foi a uma motociata em Presidente Prudente, no interior paulista, nesta manhã.

O espaço fica localizado junto à Estação da Luz, no centro paulistano. Ele foi reinaugurado quase seis anos após ser atingido por um incêndio, em 21 de dezembro de 2015. A visitação para o público em geral começará neste domingo, 1º.

Na cerimônia, o museu recebeu de Portugal a medalha da ordem de Camões, destinada a pessoas e instituições notáveis. "Aqui viemos para não esquecer as cinzas do passado, mas a partir delas construir hoje o futuro", disse o presidente português.

Ele ressaltou estar em "uma metrópole de tantas línguas, mas a maior das maiores a falar português, que se chama São Paulo". "Esta é uma celebração do futuro, o futuro da nossa língua no mundo", destacou Rebelo de Sousa.

Já o presidente de Cabo Verde lembrou que o idioma é falado em todo o mundo. "Uma comunidade de povos, cidadãos, que partilham valores comuns, como fraternidade, liberdade, democracia e construção do Estado de direito, com base num pilar fundamental, que a língua portuguesa, de nós todos."

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também se manifestou ao ressaltar que o museu reabre modernizado. "O povo que respeita sua língua respeita sua memória", disse. Nesta semana, outro incêndio afetou o patrimônio brasileiro, o acervo audiovisual da Cinemateca Brasileira.

Em coletiva de imprensa, o governador afirmou que convidou Bolsonaro para a celebração. "Infelizmente, ele preferiu passear de motocicleta em Presidente Prudente. Cada um faz a sua opção."

Segundo Doria, o ex-presidente José Sarney (MDB) também iria comparecer, mas precisou cancelar por apresentar sintomas gripais. "Recebemos também cartas muitos amáveis da ex-presidente Dilma (Rousseff, do PT) e do ex-presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva, do PT), agradecendo os convites. O ex-presidente (Fernando) Collor (do Pros) também foi convidado, mas não manifestou."

Em coletiva de imprensa no local, o presidente de Portugal foi perguntado sobre a ausência de Bolsonaro. Ele disse que poderia apenas responder por seu País, mas acrescentou: "Se diz no Minho, que é uma região portuguesa: 'dança quem está na roda'. Quem está na roda dança. Eu estou nesta roda. Eu estou feliz por estar nesta roda, e por estar nesta dança, porque é uma dança que pensa no futuro, no futuro da língua portuguesa, no futuro de 260 milhões de pessoas. Isso, para mim, é o mais importante."

Presidentes de países lusófonos têm agenda com Bolsonaro em outras datas

O presidente português desembarcou em São Paulo na sexta-feira, 30, data em que se encontrou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na residência do cônsul-geral de Portugal em São Paulo. Nesta segunda-feira, 2, tem uma agenda marcada com Bolsonaro, em Brasília.

Já o presidente de Cabo Verde se encontrou com o chefe de Estado brasileiro na sexta-feira, também na capital federal. Segundo a Agência Brasil, a reunião tratou de temas diversos, como o aprofundamento da cooperação técnica e educacional entre os dois países.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade