Os atuais moradores da comunidade Metrô-Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, vão ser cadastrados para receber um aluguel social até serem realocados para imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida. A favela será demolida para a instalação no local de um polo automotivo. Antes, a administração municipal tinha anunciado que eles iriam para um abrigo.
A decisão foi tomada em uma reunião, na tarde desta quinta-feira, entre representantes da Secretaria Municipal de Habitação e da subprefeitura, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e das famílias que se instalaram na comunidade após o primeiro levantamento feito pela prefeitura que reassentou várias famílias do local em habitações do Minha Casa, Minha Vida.
A demolição dos imóveis feita pela subprefeitura da zona norte, que iniciou na terça-feira (7), foi acompanhada por agentes da Guarda Municipal e policiais militares. Os moradores chegaram a protestar contra a demolição. Eles tentaram impedir a derrubada das casas e interromperam o trânsito na Avenida Radial Oeste, perto do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. Para garantir o trabalho da subprefeitura, Polícia Militar montou um esquema de segurança no local.
O projeto de reassentamento das 662 famílias começou em 2010. Segundo a prefeitura, todas as famílias viviam em condições insalubres e precárias. Os primeiros moradores foram transferidos para imóveis dos condomínios Mangueira 1 e Mangueira 2, que fazem parte do Programa Minha Casa, Minha Vida. A remoção terminou em dezembro de 2013, quando as últimas famílias receberam imóveis no Bairro Carioca, em Triagem, também zona norte do Rio de Janeiro.
Após a demolição de todos os imóveis da comunidade, a prefeitura vai construir no terreno o Polo Automotivo Mangueira que, além de atividades comerciais e serviços para o setor, vai incentivar a geração de emprego e renda para a população local. A prefeitura informou ainda que o polo terá também um parque com ciclovia, área Infantil, academia para idosos e pista de skate. Também serão plantadas 400 árvores. A intenção da administração municipal é beneficiar moradores do entorno do Morro da Mangueira.
Homem fantasiado de Batman alegra as crianças no momento da retirada dos moradores da Vila do Metrô
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Criança se refresca enquanto a Polícia cumpre a retirada dos moradores
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Desde o início da semana, os confrontos com o Batalhão de Choque da Polícia Militar tornaram-se constantes.
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A comunidade criada há cerca de três décadas ao lado da linha de trem da Supervia, na estação Mangueira
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Muitas casas foram derrubadas no processo
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Barricadas foram montadas, protestos violentos proliferaram e o clima de tensão permanece
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Criança anda em meio aos destroços
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Famílias inteiras retiram seus pertences das antigas casas, que serão desocupadas
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores relatam que ratos percorrem livremente o ambiente, considerado insalubre para a ocupação humana por alguns
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Em meio à desocupação, moradores tentam se alimentar da maneira que podem
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Mais cedo, a circulação da Linha 2 de Metrô do Rio de Janeiro foi interrompida por 12 minutos
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Os moradores protestam desde o começo da semana contra remoções na favela.
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A Prefeitura informou em nota que iniciou a operação de derrubada das casas na terça à noite a fim de reordenar o espaço e criar um polo automotivo na Mangueira
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, todas as 662 famílias que viviam na Favela do Metrô-Mangueira receberam imóveis por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Ainda segundo a prefeitura, a negociação com as famílias foi iniciada em 2010 e o reassentamento foi concluído em dezembro de 2013
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Os moradores teriam recusado a oferta e invadido as casas remanescentes.
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Na noite de domingo, moradores da comunidade, que conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora desde novembro de 2011, pararam um ônibus perto de um dos acessos à favela e atearam fogo ao coletivo em protesto por uma ação policial realizada no sábado que terminou com a morte de um jovem de 20 anos
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Na segunda-feira parte dos comerciantes da favela optaram por não abrir as portas após uma madrugada marcada por protestos
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Na sexta-feira, os moradores da comunidade fizeram outra manifestação, bloqueando a Avenida Visconde de Niterói em protesto contra a falta de luz
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Moradores deixam suas casas na Vila do Metrô, na Mangueira, Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho / Terra
O secretário municipal de Habitação, Pierre Batista, foi ao local para conversar com moradores, que protestam contra as remoções, e acabou saindo do local sob um ataque de ovos, que, contudo, não o acertaram