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Prefeito de Porto Alegre confirma aumento na tarifa dos ônibus em 2014

7 fev 2014 - 09h07
(atualizado às 09h28)
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As passagens do transporte público em Porto Alegre terão um aumento em 2014. Conforme afirmou o prefeito José Fortunati em entrevista à Rádio Gaúcha nesta sexta-feira, não há como manter o valor atual, de R$ 2,80. A capital gaúcha está com o transporte coletivo paralisado em função da greve dos rodoviários, que começou há 12 dias. Entre as exigências da categoria para voltar a trabalhar está o reajuste salarial - o que, em conjunto com os exigidos aumento no vale-alimentação e redução na participação do plano de saúde, além do aumento no preço do óleo diesel, tornaria inevitável uma elevação na tarifa.

O prefeito disse que o reajuste somente será apresentado quando houver uma solução para o impasse entre rodoviários e empresas de ônibus. Ontem, um julgamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou que a forma de cálculo das tarifas do transporte coletivo vai mudar. Com o novo cálculo, havia a expectativa de que o valor das passagens caísse, mas o prefeito garantiu que haverá um aumento na tarifa - apenas com percentual menor.

O aumento da tarifa de ônibus para R$ 3,05 foi o estopim de protestos entre março e abril do ano passado em Porto Alegre, que acabaram se espalhando para o resto do Brasil. A prefeitura anunciou, na época, que "a decisão reduziu o preço em relação aos R$ 3,0698 (7,37%) votados pelo Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), após análise dos cálculos da planilha tarifária, encaminhada aos conselheiros pela Secretaria Municipal dos Transportes (SMT)". O pedido dos empresários do transporte coletivo era de R$ 3,30, aumento de 15,8% sobre os R$ 2,85 da passagem em vigor então.

 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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