PI: motoristas entram em greve; Justiça mantém 50% da frota
Os motoristas de ônibus em Teresina (PI) decretaram greve por tempo indeterminado a partir desta sexta-feira deixando mais de 80 mil passageiros sem transporte público na capital piauiense. A categoria reivindica reajuste salarial de 10% com data-base em janeiro. Por decisão judicial, 50% da frota – dos 474 veículos existentes, 237 ônibus – são obrigados a circularem e, em caso de descumprimento, a é de R$ 5 mil.
Ontem, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e o Ministério Público do Trabalho intermediaram uma reunião com os motoristas de ônibus e os empresários do setor. O presidente do TRT, desembargador Francisco Meton Marques, propôs reajuste salarial de 7,5% com data-base em janeiro e a Procuradoria do Trabalho sugeriu 8% com data-base em maio. Em Teresina, o salário do motorista de ônibus é R$ 1.325 e cobrador é de R$ 811.
Em assembleia geral na manhã desta sexta, os motoristas rejeitaram as duas propostas. O presidente do Sindicato dos Motoristas de Ônibus, Francisco das Chagas Oliveira, garantiu que serão mantidos os 50% da frota, mas ressaltou que o sindicato não tem domínio sobre os trabalhadores. “Se algum motorista não quiser trabalhar, não vamos forçar. A categoria está indignada e é o momento de mostrar para a sociedade as nossas condições de trabalho”, declarou.
Após assembleia, os motoristas realizaram protesto pelas ruas do centro de Teresina. Condutores que estavam no ônibus aderiram à caminhada e abandonaram os veículos na avenida Frei Serafim, principal via da capital. Os passageiros foram obrigados a sair dos coletivos.
A prefeitura de Teresina cadastrou 140 veículos alternativos para circularem durante a greve. Na tarde de hoje, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito divulgou que somente 30% da frota circularam após a greve. O diretor de Transporte e Trânsito, Ricardo Freitastas, informou que os dados da fiscalização serão encaminhados ao Ministério Público do Trabalho para as devidas providências.