PUBLICIDADE

Cidades

Papa leva asfalto à 'roça' do RJ onde missa campal será celebrada

Ruas no entorno de fazendas estão sendo asfaltadas para visita do pontífice na Jornada Mundial da Juventude

9 abr 2013 - 06h24
(atualizado às 06h24)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>No bairro onde será realizada a missa campal do Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude, no Rio, os buracos das vielas no entorno começam a ser tapados</p>
No bairro onde será realizada a missa campal do Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude, no Rio, os buracos das vielas no entorno começam a ser tapados
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Se a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, e a prefeitura andam preocupadas com a hospedagem dos milhares de peregrinos que virão ao Brasil para o evento que ocorre entre os dias 23 e 28 de julho, e marcará a primeira viagem internacional do papa Francisco, além de toda a questão de mobilidade no que se refere ao transporte urbano, para os moradores de Guaratiba, no extremo oeste da capital fluminense, a vinda do pontífice é uma glória a Deus. Sem ironias.

No bairro onde serão realizadas a vigília (dia 27) e a tão aguardada missa campal do novo líder da Igreja Católica (dia 28), num amplo terreno onde se concentram duas fazendas e são esperados mais de 2 milhões de fiéis, enfim, os buracos das vielas no entorno começam a ser tapados. O asfalto, enfim, chega à "roça". Sem exageros.

Numa zona que difere em absoluto dos cartões postais famosos da zona sul do Rio, por exemplo, é mais do que comum encontrar animais perdidos na pista, sítios onde se criam galinhas, e a estrada de chão é cena mais do que comum. Quer dizer, era cena mais do que comum, porque em três semanas, de acordo com a Secretaria de Conservação Pública, 26 mil metros quadrados da estrada da Capoeira e da estrada da Matriz, principais pontos de acesso ao local da missa, estarão asfaltados.

"Ficou completamente abandonada por anos", diz dona Vera Lúcia Aguiar sobre o trecho da estrada da Capoeira por onde o Papa passará antes de chegar ao palco onde celebrará a tão aguardada missa que encerra a 13ª JMJ. "Pararam de passar com os carros aqui por causa dos buracos. Eu mesmo já estraguei meus carros, meus vizinhos também", relembra.

Além do local por onde o Papa Francisco ingressará ao campo das fazendas Vila Mar e Mato Alto, em Guaratiba, as ruas de acesso dos peregrinos também receberão reforço de camada asfáltica. No total, serão três toneladas de massa para, enfim, trazer mais mobilidade aos que circulam pela região. "É um glória, não importa se é por causa do Papa", conta Vera Lúcia.

Moradora há seis anos de Guaratiba, a comerciante Jailma Pimentel admite estar contente com a mobilização, mas lamenta o fato de o poder público se mobilizar apenas em ocasiões em que os holofotes do mundo todo estarão voltados para o Rio de Janeiro. "E se o Papa não viesse, a gente continuaria andando de cavalo por aqui? Porque tem alguns lugares que só assim para você passar, um absurdo", reclama.

A prefeitura esclarece que não existe um orçamento específico para o processo de colocação do asfalto nas ruas, "já que o efetivo humano e o maquinário empregado nas ações fazem parte da estrutura da secretaria", conforme nota da pasta de Conservação Pública, que não comentou o fato de as ruas, antes da organização do evento, estar em condições ruins para o tráfego.

Comércio celebra

Se Jailma reclama das ruas esburacadas, o mesmo ela não pode dizer da movimentação que espera para os dois dias de evento na porta de casa. Dona de um mini-mercado, ele espera faturar "o dinheiro de dois meses pelo menos" com seu estoque de macarrão, pães, etc – a Jornada é conhecida pelo fato de os jovens acamparem para a vigília, de forma que os suprimentos serão importantes para alimentar os fiéis antes da missa.

"Vou trazer mais duas pessoas para trabalhar comigo", explica ela, que atualmente toma conta sozinha do mini-mercado. "Vou estocar água, refrigerante e montar uma estrutura para vender massa e lanches prontos", revela ainda, olhando para o terreno que fica a cerca de 200 metros de onde o pontífice abençoará os peregrinos de todo o mundo.

<p>Hélio Urruzola, dono de uma pequena lanchonete, investiu R$ 3 mil para adquirir um forno elétrico </p>
Hélio Urruzola, dono de uma pequena lanchonete, investiu R$ 3 mil para adquirir um forno elétrico
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Quem também já se planeja para o mês de julho é o comerciante Hélio Urruzola. Dono de uma pequena lanchonete, ele investiu R$ 3 mil para adquirir um forno elétrico para alavancar o faturamente com a venda de pizzas na JMJ.

"Estou vendo tudo com muito entusiasmo, e feliz porque vai dar para ganhar 'um' a mais", celebra ele, morador há um ano e meio da região. "Não pretendo botar bebida alcóolica em respeito ao evento religioso, mas o resto vou vender. Quero dar um bom atendimento", diz.

Terreno sendo preparado

A reportagem do Terra visitou há uma semana o local onde será celebrada a última missa da JMJ – antes, nos dias 26 e 27, o Papa Francisco abençoará os fiéis na praia de Copacabana, na zona sul do Rio. A movimentação já é bastante intensa de maquinários para fazer a terraplanagem de um terreno que é bastante instável.

As duas propriedades (fazendas Mato Alto e Vila Mar) medem, no total, 4,5 milhões de metros quadrados, sendo que cerca de metade será usada para o evento católico. Os peregrinos do mundo todo não terão condições de chegar até o local via transporte público – três pontos de parada serão ainda divulgados e a distância será de cerca de 13 quilômetros. Todos serão orientados por policiais, e instrutores da Jornada Mundial da Juventude. 

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade