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Papa Francisco chega nesta quarta ao Panamá para a Jornada Mundial da Juventude

Até 3 milhões de pessoas são esperadas no país, entre turistas e religiosos. Comissões oficiais brasileiras não têm grande quantidade de participantes

23 jan 2019 - 03h10
(atualizado às 10h04)
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SÃO PAULO - Mais de 250 mil jovens provenientes de 170 países encontrarão o papa Francisco no Panamá para a 34.ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que começou nesta terça-feira, 22, e se encerrará na manhã do próximo domingo. O papa sairá de Roma às 9 horas desta quarta-feira, 23, e chegará ao Panamá às 16 horas (19 horas no Brasil).

Além dos membros das delegações de dioceses de todos os continentes, haverá milhões de participantes vindos principalmente da América Central, dos Estados Unidos e da Europa. A Conferência Episcopal do Panamá estima que de 800 mil a 1 milhão de fiéis assistirão à missa de encerramento, na manhã do domingo. Cercas de 500 bispos participarão da cerimônia, ao lado do papa. O total de fiéis e turistas poderá atingir 3 milhões de pessoas.

"Como é possível que grande quantidade de jovens tenha tanto interesse em seguir os passos de um papa de 82 anos?" admira-se d. Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar e vigário do Vicariato Episcopal para Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo. "Ele (Francisco) não faz discursos populistas para agradar os ouvintes. Suas palavras são alegres, mas exigentes", observa d. Carlos.

No Brasil, os participantes da JMJ estão sendo enviados pelas paróquias. Do Estado de São Paulo, vão representantes de 400 paróquias do interior, além da delegação da capital. D. Carlos estima em 15 mil o número de jovens brasileiros presentes no Panamá. Os peregrinos se hospedam em hotéis, casas de família, colégios católicos e em instituições de outras religiões. O rabino Gustavo Kraselnik ofereceu acomodações para 50 jovens na sinagoga da Congregação Judaica Kol Shearith. "Será uma bela história para contar", disse o rabino.

Grupos de peregrinos uniram devoção e aventura no projeto de ir rezar com o papa na JMJ. Cerca de 200 jovens viajaram num veleiro, da Polônia ao Panamá. A delegação polonesa soma 3 mil fiéis, dos quais 700 procedentes de Cracóvia, sede da última jornada mundial, em 2016. Os encontros mais concorridos foram o de Manila, nas Filipinas, em 1995, com a participação de 4 milhões de pessoas; o do Rio de Janeiro, em 2013, com 3,7 milhões, e o de Cracóvia, em 2016, com 2,5 milhões.

Os números da JMJ do Panamá serão, aparentemente, mais modestos por causa das dificuldades econômicas vividas, no momento, em quase todo o mundo.

"As passagens aéreas custam caro e as distâncias são grandes", observou Cônego Cláudio Santos, coordenador de Pastoral da Arquidiocese do Rio de Janeiro. As paróquias brasileiras enviaram poucos jovens nas comissões oficiais. Da Arquidiocese de Belo Horizonte não irá nenhum bispo e uma de suas paróquias mais importantes, da cidade de Sabará, enviou apenas cinco jovens.

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A JMJ foi criada pelo papa São João Paulo II em dezembro de 1985. Seu objetivo: celebrar a fé, conhecer a doutrina, construir pontes de amizade entre culturas e povos. A programação dos encontros, que se tornaram instrumento de evangelização e de renovação da Igreja Católica, inclui celebrações litúrgicas, reflexões e catequeses, shows, danças, teatro e manifestações culturais. Bispos e cardeais meditam sobre o Evangelho com os jovens. Uma delegação de mil indígenas, procedentes de vários países da América Latina, se apresentará no Panamá, para mostrar como seus povos, várias etnias, vivem o cristianismo.

Alguns santos serão lembrados, por seu exemplo de vida, durante a JMJ. El Salvador enviou uma relíquia de Santo Oscar Romero, o arcebispo mártir de San Salvador, canonizado pelo papa Francisco em outubro do ano passado. O Brasil enviou uma relíquia de São José de Anchieta. O papa São João Paulo II, criador da JMJ, também será lembrado.

As emissoras de TV transmitirão os principais itens da programação das JMJ. A TV Canção Nova terá imagens exclusivas em conexão com a TV Vaticano, incluindo encontros do papa Francisco com bispos e sacerdotes. Serão 20 horas de transmissão direta, informou a assessoria de imprensa da Canção Nova.

A próxima JMJ deverá ser Lisboa, capital de Portugal. A escolha, feita pelo papa, será confirmada na missa de encerramento, no próximo domingo, quando Francisco anunciará também a data da celebração.

Estadão
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