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Papa diz que indiferença e egoísmo são vírus piores que covid-19

Pontífice afirmou que momento é de 'eliminar desigualdades'; 'sem uma visão de conjunto, ninguém terá futuro', declarou

19 abr 2020 - 12h35
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CIDADE DO VATICANO E ROMA - Durante missa neste domingo, 19, o papa Francisco ressaltou que a pandemia do novo coronavírus é o momento de "eliminar desigualdades". "O risco é ser golpeado por um vírus ainda pior, o do egoísmo e o da indiferença", declarou.

A celebração foi realizada na Igreja do Santo Espírito, dedicada à Divina Misericórdia. O Dia da Misericórdia é celebrado uma semana após a Páscoa. O santuário romano estava vazio durante a missa, que teve acesso fechado ao público para evitar aglomerações.

"Agora, quando pensamos em uma lenta e árdua recuperação da pandemia, esse perigo é sugerido: esqueça o que foi deixado para trás. O risco é que um vírus nos atinja ainda pior, o do egoísmo indiferente."

O papa alertou que algumas pessoas terem superado as dificuldades da pandemia do covid-19 não significa que outros não estejam passando por adversidades. "Partimos dessa ideia e continuamos até segregar as pessoas, descartar os pobres e imolar no altar do progresso aqueles que são deixados para trás. Mas essa pandemia nos recorda que não há diferenças, nem fronteiras entre os que sofrem."

"Todos somos frágeis, iguais e valiosos. Que o que está passando nos sacuda por dentro. É tempo de eliminar as desigualdades, de reparar a injustiça que mina a saúde de toda a humanidade", acrescentou.

Ele citou como exemplo os feitos de apóstolos e das primeiras comunidades cristãs. "Os crentes viviam todos unidos e tinham tudo em comum; vendiam posses e bens que eram repartidos entre todos, segundo a necessidade de cada um", disse. "Não é ideologia, é cristianismo."

"Atualmente, parece o contrário, uma pequena parte da humanidade avançou, enquanto a maioria ficou para trás", afirmou. "Não pensemos somente nos nossos interesses, nos interesses particulares. Aproveitemos essa provação como uma oportunidades para preparar o amanhã de todos. Porque, sem uma visão de conjunto, ninguém terá futuro."/EFE

Estadão
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