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Mourão diz que polêmica sobre vacinação antecipada por Doria é 'politicagem'

Vice-presidente ressalta que Brasil tem imunizantes suficientes já contratados para vacinar 70% da população até o fim do ano

18 jan 2021 - 11h27
(atualizado às 11h33)
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BRASÍLIA - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira, 18, considerar "politicagem" a polêmica envolvendo o fato de São Paulo ter saído na frente e iniciado a vacinação contra a covid-19 na tarde deste domingo. Ao comentar o assunto, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o governador paulista, João Doria, agiu "em desacordo com a lei" ao não aguardar o restante do País.

"Não vou entrar nesses detalhes, isso aí tudo é politicagem. Eu não entro na politicagem, meu caso aqui lido com as coisas de modo objetivo, isso aí deixo de lado", disse Mourão ao ser questionado sobre as declarações de Pazuello. Ao chegar ao Palácio do Planalto pela manhã, o vice comemorou a aprovação dos imunizantes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em sessão realizada no domingo, a agência deu aval ao uso emergencial no País da vacina Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

"Há 3 meses o que que falei? Que nós iríamos ter vacina, que a vacina seria aprovada. A Anvisa fez o excelente trabalho dela", comentou Mourão na chegada à vice-presidência nesta manhã. Ele ressaltou que o País tem imunizantes suficientes já contratados para vacinar 70% da população brasileira até o fim do ano.

A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, há oito meses na linha de frente do combate ao coronavírus no Hospital Emílio Ribas, foi a primeira brasileira a receber uma dose da Coronavac. Logo após a confirmação do registro emergencial, Doria fez uma cerimônia para garantir a primeira foto da vacinação no País antes mesmo que o Butantã assinasse um termo de compromisso exigido pela Anvisa.

Ao falar com jornalistas nesta segunda, Mourão ressaltou ainda que é preciso seguir medidas de proteção mesmo após a vacinação. "O próprio ministro Pazuello falou isso semana passada, leva um tempo para que a vacina faça seus efeitos."

Segundo o vice-presidente, a expectativa é de que em abril o Brasil deve atingir a capacidade de imunização contínua, após os primeiros grupos prioritários. "Julgo, pelos cálculos que estão sendo feitos, a partir de abril a gente entra no modo contínuo de vacinação e consequentemente uma situação melhor para o País como um todo", afirmou.

O processo de imunização dos brasileiros permitirá, na opinião do vice-presidente, que o País possa "resolver a situação econômica". "Nós vamos resolver esse problema (da pandemia) e o principal que vem depois é a gente resolver a situação econômica do País de modo que a gente consiga retornar a uma situação melhor de emprego para o nosso povo e o País entre em um ciclo de crescimento", declarou.

Nesta manhã, governadores e o ministro da Saúde entraram em acordo para a antecipação do início da campanha de vacinação contra a covid-19. Antes prevista para quarta-feira, Pazuello anunciou que a imunização deve começar hoje, às 17h. De acordo com o Ministério da Saúde, serão distribuídas 4,6 milhões de doses da vacina aos Estados e cerca de 1,3 milhão permanecem em São Paulo.

Estadão
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