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Cidades

Moro nega envio imediato de tropas federais ao Ceará

Ministro disse que Força Nacional será enviada em caso 'deterioração da segurança'. PF, PRF e Depen auxiliarão órgãos estaduais

4 jan 2019 - 00h08
(atualizado às 08h02)
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SÃO PAULO E BRASÍLIA - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, negou o envio imediato de tropas federais para o Ceará, que desde a noite desta quarta-feira, 2, acumula registros de ataques a ônibus, além de uma tentativa de explosão a um viaduto, cuja suspeita de autoria recai sobre as facções criminosas do Estado.

Em nota divulgada no fim da noite desta quinta-feira, 3, o ministério disse que a Força Nacional foi mobilizada "para se deslocar ao Estado em caso de deterioração da segurança". Não era o que buscava o governador Camilo Santana (PT), que chegou a pedir até o envio do Exército ao Ceará. O governador chegou a dizer que Moro teria se colocado "à inteira disposição para o apoio necessário".

Ministro da Justiça, Sérgio Moro
22/11/2018
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Justiça, Sérgio Moro 22/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ministro determinou que a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional tomem as providências necessárias para auxiliar o Estado no combate aos atos de violência. Os órgãos, detalhou a pasta, atuarão na investigação e repressão aos crimes registrados, incluindo a oferta de vagas no sistema penitenciário federal.

Moro sugeriu ainda ao governo do Estado a formação de um gabinete de crise, com a integração das forças policias federais e estaduais.

Mais cedo, por meio de mensagem no Facebook, o governador disse que "todas as medidas estão sendo adotadas através das nossas forças de segurança, para proteger a população e coibir a ação dos criminosos", e anunciou a nomeação de 220 agentes penitenciários e 373 policiais militares. Ele disse ter determinado reforço de policiamento nas ruas desde a madrugada desta quarta e destacou a autuação de nove suspeitos. À noite, o número de detidos subiu para 11, sendo quatro adolescentes.

"Estive reunido com toda a cúpula da Segurança e Sistema Penitenciário e reforcei minha determinação de continuar agindo com todo o rigor e dentro da lei para coibir ações criminosas e estabelecer o total controle das unidades prisionais, conforme todo o planejamento que já vem sendo feito no Ceará", acrescentou Santana.

A jornais locais, o secretário nacional de Segurança, o general Guilherme Theophilo havia chegado a confirmar a mobilização de tropas e disse que a "orientação é de enfrentamento". "Não vamos abaixar a cabeça nem negociar com criminoso, vamos partir para o confronto que eles realmente nos impuserem", afirmou ao jornal O Povo.

Ao menos 16 veículos foram incendiados

Pelo menos 16 veículos foram incendiados, segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social cearense e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros.

Em Caucaia, na região metropolitana, houve uma explosão contra um dos pilares de um viaduto na BR-020. A estrutura ficou bastante danificada. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) interrompeu o trânsito no local e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) realizou inspeções para verificar o grau de abalo da estrutura.

O policiamento foi reforçado nos terminais de ônibus e nos principais corredores comerciais e bancários. Nesta quinta, a volta para casa para os trabalhadores foi complicada, com longas filas nos terminais.

Os ataques aconteceram um dia após o titular da recém-criada Secretaria da Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, ter dito que não reconhecia facções no Estado e que não separaria mais os presos de acordo com a ligação com essas organizações.

O secretário, que antes ocupou a Secretaria de Justiça no Rio Grande do Norte, prometeu também agir para confiscar os celulares existentes dentro das unidades prisionais e impedir a entrada de novos aparelhos. /COLABOROU MÁRCIA FEITOSA, ESPECIAL PARA O ESTADO

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Estadão
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