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Moro: "Policial não precisa esperar levar tiro para reagir"

Ministro 'não está familiarizado' com atiradores de elite autorizados pelo governador do Rio, mas diz que policial 'não precisa esperar levar um tiro para reagir'

2 abr 2019 - 16h49
(atualizado às 17h01)
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta terça-fera, 2, que não está familiarizado com o uso de atiradores de elite, os snipers, pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, autorizado pelo governador Wilson Witzel, mas que concorda que o policial "não precisa esperar levar um tiro para reagir".

"Não estou familiarizado com essa questão, e precisaria entender melhor ao que o governador está se referindo. O fato é que um policial não precisa esperar levar um tiro de fuzil pra reagir, mas ter que ver as circunstâncias", disse Moro, depois de participar de uma palestra fechada ao público não pagante na maior feira de defesa e segurança da América Latina, a Laad 2019.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, chega para visitar a 12ª LAAD Defence & Security, a mais importante feira de defesa e segurança da América Latina, realizada de 2 a 5 de abril no Riocentro, na capital fluminense, nesta terça-feira, de abril de 2019.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, chega para visitar a 12ª LAAD Defence & Security, a mais importante feira de defesa e segurança da América Latina, realizada de 2 a 5 de abril no Riocentro, na capital fluminense, nesta terça-feira, de abril de 2019.
Foto: Marcelo Fonseca / Estadão

No mesmo evento, que é aberto apenas a profissionais que atuam na área de segurança e defesa, uma pistola 9 mm foi furtada na manhã desta terça. A arma estava sem um dispositivo que permite que a arma efetue dispatrs.

Moro disse que o combate a organizações criminosas no Rio é um grande desafio, e deve ser feito em conjunto junto com políticas sociais. Além disso, diz que vê pouca diferença entre milícias - geralmente organizadas em torno de ex-policiais ou policiais em atividade - e organizações criminosas que dominam o tráfico.

"Não há nenhuma dúvida de que milícias são organizações criminosas. Para mim, Comando Vermelho, PCC e milícias é tudo a mesma coisa. Muda um pouco o perfil do criminoso, mas ainda assim estamos falando de criminalidade grave e que tem que ser combatida", afirmou.

Ele destacou a necessidade de melhorar as condições dos presídios com equipamentos de Raio-X, bloqueio de celulares e outros recursos de comunicação e tecnologia. O ministro reconhece, porém, que o orçamento para esse tipo de melhoria é "limitado", e diz que pretende utilizar a estrutura que existe "da melhor forma possível".

"Temos que investir na tecnologia para facilitar o trabalho dos agentes de segurança e diminuir os recursos financeiros empregados", disse. "Sempre temos que estar acompanhando os desenvolvimentos tecnológicos."

Sobre o pacote anti-crime e anti-corrupção que já foi apresentado ao Congresso, mas que enfrenta a concorrência da reforma da Previdência, Moro se mostrou otimista e confiante de aprovação.

"Nós vamos equalizar as regras da Previdência porque nós temos um problema fiscal a ser enfrentado, (porque senão) vai faltar recursos para a Segurança Pública, pra Educação, pra Saúde. E o projeto anticrime também é importante. São questões pontuais da Segurança e da Justiça que precisam ser resolvidos, a questão por exemplo de colocar clara na lei a execução da condenação em segunda instância", avaliou.

"Acho que com diálogo e a confiança de que em mais ou menos tempo, com eventuais modificações ou aprimoramentos o governo vai conseguir aprovar esse projeto no Congresso", disse Moro, saindo em seguida após afirmar aos jornalistas que já haviam sido feitas as cinco perguntas combinadas.

Estadão
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