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Ministério Público instaura inquérito para apurar danos gerados pela Cedae

Promotoria deu prazo de três dias para que companhia responda sobre as causas do problema. Desde o começo de janeiro, população do Rio reclama do gosto e odor da água; empresa iniciou etapa extra de filtragem com carvão ativado

24 jan 2020 - 14h02
(atualizado às 15h46)
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RIO DE JANEIRO - O Ministério Público do Estado de Rio (MPRJ) instaurou inquérito civil público para apurar danos materiais e morais gerados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) por conta do gosto e cheiro da água que está chegando à população desde o início do mês. Para o MP, houve uma falha na prestação do serviço de fornecimento de água, além de um prejuízo à população, que vem comprando água mineral para beber e cozinhar.

Ministério Público instaurou inquérito para apurar danos gerados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae)
Ministério Público instaurou inquérito para apurar danos gerados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae)
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil / Estadão

"Desta forma", informou o MP, "foi expedido ofício à Cedae para que a companhia responda, no prazo de até três dias, e junto dos respectivos documentos comprobatórios, diversas questões: quais as causas dos problemas atuais no fornecimento de água? Quais estudos técnicos foram feitos para apurar o problema e não apontar soluções céleres? Quais medidas foram tomadas para o pronto restabelecimento da qualidade do serviço? Qual a previsão para sua normalização?" entre outras questões.

Em nota, Cedae informou que ainda não foi notificada, mas afirmou "que vai colaborar - como sempre colaborou - com o Ministério Público, fornecendo todas as informações necessárias e prestando todos os esclarecimentos devidos."

Desde o início de janeiro, a população fluminense reclama que a água fornecida pela Cedae está com gosto e cheiro de terra. Em alguns bairros da capital e municípios da Baixada Fluminense, o produto sai turvo das torneiras. A empresa informou que as alterações são causadas pela presença de geosmina -- um composto orgânico formado por algas. A companhia diz que a água não faz mal. Mas a UFRJ afirma que há riscos à saúde da população no produto fornecido pela empresa.

No começo da semana, em meio à crise no abatecimento, o governador do Rio, Wilson Witzel, afirmou que suspeitava que uma sabotagem fosse responsável pelo problema, mas ele não deu detalhes sobre o assunto. Durante a semana, funcionários da Cedae e o presidente da companhia, Helio Cabral, prestaram depoimento à polícia, que investiga o caso.

Para resolver o problema, a companhia começou nesta quinta, 23, a usar uma etapa extra de filtragem da água, a base de carvão ativado.

Estadão
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