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Cidades

Manifestantes tentam invadir prefeitura de Belém; 29 são detidos

20 jun 2013 - 21h55
(atualizado às 22h42)
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Manifestantes protestam nas ruas de Belém (PA), onde houve confronto com a polícia
Foto: Filipe Faraon / Especial para Terra

Manifestantes tentaram invadir a prefeitura de Belém durante manifestação na noite desta quinta-feira. Várias pessoas ficaram feridas - uma delas, um guarda municipal, foi atingido por uma pedrada. Foram detidas 29 pessoas. Por volta das 21h30, ainda havia ativistas no local, mas o movimento diminuiu.

O guarda municipal conhecido como Chagas foi atingido com uma pedra no rosto por volta das 18h30. Quando o prefeito Zenaldo Coutinho receberia uma comissão do protesto, várias pessoas atiraram pedras em direção à prefeitura. A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, que logo voltou a se aglomerar em frente à sede da prefeitura.

A confusão fez o prefeito cancelar o encontro e ir embora. Mesmo assim, muita gente continuou no local. A polícia calculou em 15 mil o número de pessoas que participaram; o movimento afirma terem sido 25 mil.

Um grupo mais radical, composto por dezenas de pessoas, se juntou em frente ao acesso principal do prédio, ameaçando invadir, enquanto milhares de pessoas acompanhavam. A tensão durou vários minutos até que policiais decidiram começar a dispersar a multidão mais uma vez.

A princípio, foi disparado spray de pimenta, mas, logo em seguida, houve mais gás lacrimogêneo e correria. A cada reação da polícia, manifestantes gritavam "sem violência!". Assim que o efeito do gás diminuía, os mais exaltados voltavam à frente da prefeitura e a polícia jogava mais bombas de efeito moral. Isso se repetiu por pelo menos meia hora, até que a movimentação diminuiu.

Manifestantes continuaram em frente à prefeitura, mas a uma distância um pouco maior do que antes e, agora, quase cercados por policiais. Durante todo o tempo havia pessoas sendo retiradas da multidão: detidos, escoltados pela polícia; ou feridos sendo carregados.

Machucada nas duas pernas, a estudante Elisandra Souza, 20 anos, criticou a ação policial. Ela sofreu raspão em duas explosões de bombas de gás lacrimogêneo. "Vim por causa de tudo: saúde, educação, tudo. Mas a polícia não precisava jogar bomba em cima da gente", reclama a estudante.

Elisandra acompanhou o protesto desde o início, que teve concentração no Centro Arquitetônico de Nazaré, desde as 13h. Três horas mais tarde, cerca de 5 mil pessoas saíram em caminhada pelas ruas, fazendo o trajeto em sentido contrário ao do Círio de Nazaré, maior procissão religiosa do Brasil.

O dia de protestos foi bem diferente do que ocorreu na segunda-feira em Belém, quando não houve confusão e a polícia trocou elogios com manifestantes. Mesmo com conflitos, o major Leno Carmo, assessor de imprensa da Polícia Militar, elogiou a atuação da corporação. "A grande maioria das pessoas estava em paz. Como acontece em outros locais, uma minoria aproveita para agredir e danificar, mas a nossa atuação foi dentro daquilo que é necessário para controlar tudo, foi dentro da legalidade", diz o major, que testemunhou o protesto.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Especial para Terra
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