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Manifestantes protestam contra remoção de famílias no Rio

28 ago 2013 - 22h50
(atualizado às 22h50)
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Grupo do Movimento de Moradia fez nesta quarta-feira um ato em frente à sede da prefeitura do Rio de Janeiro, no centro da cidade, contra as remoções de famílias pobres e a transferência delas para bairros distantes por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. O protesto ocorreu enquanto o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social se reunia na prefeitura.

Mais cedo, 100 militantes ocuparam o prédio do Instituto Nacional de Seguro Nacional (INSS), na praça Mauá, na zona portuária, onde em 2009 houve o despejo de famílias do movimento Ocupação Zumbi dos Palmares. O manifestantes cobraram a destinação de imóveis públicos para habitação popular. Os dois atos de hoje fazem parte da Jornada Nacional pela Reforma Urbana, que ocorre em diversos Estados.

Segundo a coordenadora do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Maria de Lurdes Lopes Fonseca, 60 mil famílias já foram despejadas, e até 2014 calcula-se que mais 30 mil serão deslocadas. "A remoção não pode ser uma regra, e sim uma exceção. Se há interesse público na retirada dessas famílias, pelo menos tenham o respeito de irem até os moradores e convencê-los de sair", disse.

"Eles (conselho gestor) só se reúnem quando precisam homologar alguma coisa do interesse deles. A reunião deveria ser um espaço democrático de deliberação e gestão de política municipal de habitação de interesse social", acrescentou.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Habitação informou que as reuniões do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação ocorrem mensalmente, "onde são discutidos os temas inerentes à sua área de atuação". Segundo a nota, em relação à qualidade doe imóveis do Minha Casa, Minha Vida, "todos os empreendimentos receberam o 'aceite', emitido pelo corpo técnico da Caixa Econômica Federal".

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Ranking das tarifas de ônibus no País

Ranking das tarifas de ônibus no País

Uma onda de protestos contra o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre colocou em xeque as tarifas no Brasil: a Justiça concedeu uma liminar que revogou o reajuste na cidade. Pouco tempo depois, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia anunciaram aumentos em suas passagens de transporte público. Veja o quanto se paga em tarifas de ônibus nas capitais brasileiras - da mais cara à mais barata.

Agência Brasil Agência Brasil
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