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Manifestantes acampam no plenário na Assembleia Legislativa da Paraíba

24 jul 2013 - 23h15
(atualizado às 23h15)
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No início da noite, estudantes, sindicalistas e militantes decidiram acampar no plenário da Casa de Epitácio Pessoa
No início da noite, estudantes, sindicalistas e militantes decidiram acampar no plenário da Casa de Epitácio Pessoa
Foto: Assessoria de Comunicação / ALPB / Divulgação

Cerca de 100 manifestantes do movimento Avante João Pessoa ocuparam a sede da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) no final da tarde desta quarta-feira. O protesto foi pacífico e teve início às 15h na praça João Pessoa, onde estão localizados os prédios da ALPB, do Palácio da Redenção (sede do governo do Estado) e do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB). No início da noite, estudantes, sindicalistas e militantes decidiram acampar no plenário da Casa de Epitácio Pessoa até que sejam recebidos pelo governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), e pelo prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT). 

A principal reivindicação dos manifestantes é que os deputados estaduais criem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a denúncia de que o dinheiro usado para financiar um programa de internet grátis em alguns pontos da capital paraibana – conhecido como 'Jampa Digital' – foi desviado para pagar o publicitário Duda Mendonça na campanha de Ricardo Coutinho ao governo do Estado em 2010, segundo concluiu investigação da Polícia Federal na última sexta-feira.

O presidente da ALPB, Ricardo Marcelo (PEN), abriu as portas da sede do Legislativo para que os manifestantes possam realizar o protesto até que seja mediada uma negociação entre os parlamentares e representantes dos Poderes estadual e municipal. O deputado ainda disponibilizou comida e água para o grupo passar a noite. “A Assembleia Legislativa é a casa do povo, então, se o grupo acredita que aqui é o melhor local para protestar, não vejo problema algum. Provavelmente, amanhã deveremos realizar uma sessão especial para debater o assunto”, afirmou.

Além da abertura da CPI, as pautas reivindicadas são: passe livre para estudantes e desempregados; redução das tarifas e demais pautas protocoladas junto ao governo do Estado e à prefeitura de João Pessoa sobre a mobilidade urbana; contra a privatização das rodoviárias da capital e de Campina Grande; criminalização da homofobia; valorização dos servidores e aprovação da PEC 300. Os manifestantes também são contra a privatização da saúde na Paraíba e a revogabilidade da lei que possibilita a privatização das políticas públicas em João Pessoa e Campina Grande. 

O inquérito da PF foi enviado semana passada à Justiça, à Controladoria-Geral da União e ao Tribunal de Contas da União. Segundo a PF, o desvio ocorreu em programa de implantação de internet grátis na Paraíba, por meio da empresa Ideia Digital, com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ao todo, 23 pessoas foram indiciadas, incluindo o atual vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSD), que, na época (2009), era deputado federal e apresentou emenda propondo a criação do projeto 'Jampa Digital'.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
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