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Cidades

Governo federal enviará 36 médicos para atender venezuelanos em Roraima

Profissionais de saúde farão mutirões em nove abrigos de Boa Vista e Pacaraima e trabalharão de forma voluntária; em evento, presidente Michel Temer disse que fechamento de fronteira com a Venezuela é 'incogitável'

25 ago 2018 - 17h09
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BRASÍLIA - O presidente Michel Temer(MDB) anunciou neste sábado, 25, o envio de uma missão médico-humanitária para Roraima em evento na sede do Ministério da Educação (MEC), em Brasília. Por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC, o governo federal irá mandar ao Estado 36 profissionais de saúde de hospitais universitários.

Os profissionais farão um mutirão em nove abrigos - oito em Boa Vista, capital do Estado, e um no município de Pacaraima -, entre os dias 27 de agosto e 1º de setembro. Todos os profissionais participam da missão como voluntários. Em Boa Vista, as ações serão voltadas aos imigrantes venezuelanos que ocupam abrigos. Já em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, o foco será a vacinação dos imigrantes que chegam ao País.

Durante a cerimônia, Temer voltou a dizer que as fronteiras brasileiras continuarão abertas em Roraima, apesar dos pedidos de parlamentares e da governadora do Estado, Suely Campos (PP), para que o governo bloqueie o fluxo migratório de venezuelanos para o País.

Temer disse que fechar as fronteiras em Roraima é algo "incogitável" pelo Palácio do Planalto porque seria um "ato desumano". Além disso, segundo ele, contrariaria os compromissos feitos pelo Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU). "Temos feito o possível para atender a compromissos de natureza internacional", disse.

"Vez ou outra há uma sugestão, até pleiteada judicialmente, no sentido de fechar nossas fronteiras. Eu, desde o primeiro momento, disse que é incogitável e inegociável essa matéria. Nós não temos como fechar as fronteiras de nosso país sob pena de praticar um ato desumano em relação aos que vêm procurar abrigo no nosso país. Nossas fronteiras estão abertas, mas, é claro, disciplinadamente", disse.

Temer também reafirmou que as medidas tomadas pelo governo visam a garantir atendimento não apenas para os venezuelanos, mas também para os brasileiros que moram nas cidades afetadas. Ele destacou, mais uma vez, que este é um dos maiores fluxos migratórios registrados pelo governo brasileiro. Segundo as estatísticas oficiais, 127 mil venezuelanos já entraram no País, mas 60% deles usaram o Brasil como passagem e seguiram para países vizinhos.

O presidente rebateu novamente críticas de que o governo não está pondo recursos federais para contornar o problema na região. "Devo dizer que, de vez em quando, dizem que o governo não colocou um centavo em Roraima, mas preciso dizer que foram liberados mais de R$ 200 milhões por ministérios como Saúde e Educação. Quando repassamos essas verbas, estamos agindo em favor dos refugiados, mas também dos brasileiros", disse.

"Foram R$ 187 milhões destinados apenas para a área da saúde", completou. Na quarta-feira, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, descartou a possibilidade de o governo federal repassar novos recursos para Roraima, como pleiteia a governadora, Suely Campos, que quer mais R$ 184 milhões para ressarcir o Estado dos gastos com os venezuelanos.

Ainda no evento, Temer ressaltou que o governo federal trabalha para desonerar o serviço público de Roraima e assim possibilitar que o atendimento aos brasileiros também prossiga. Ele citou que uma das ações do governo para ajudar na solução do problema tem sido a transferência de pessoas de Roraima para outros Estados.

A solenidade no MEC contou ainda com a participação do ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, do ministro da Educação, Rossieli Soares, e do presidente da Rede Ebserh, Kleber Morais.

Estadão
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