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Destaque em ação na Ponte Rio-Niterói, sniper é perito em matar pessoas

Grupo de elite dentro do Bope é treinado para atingir alvos até 1 km de distância e provocar morte instantânea

20 ago 2019 - 22h14
(atualizado em 21/8/2019 às 13h32)
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O atirador de precisão, um "sniper" da polícia especial do Rio de Janeiro que baleou Willian Augusto da Silva na ponte Rio-Niterói, nesta terça-feira, 20, é um homem discreto. É jovem, mas não é um rapaz. Integra um grupo de elite dentro do Bope, de pouco mais de 15 especialistas que pouco (a rigor, nada) falam sobre seu trabalho - o de neutralizar as ameças levadas ao limite extremo - são peritos em matar pessoas.

Podem atingir um alvo a 500 metros, embora sejam treinados para atuar a distâncias ainda maiores, na faixa de 800 metros a 1 km. O padrão da instrução é o mesmo adotado pelas Forças Armadas na formação de seus snipers, e teria sido aperfeiçoado durante a intervenção federal na segurança do Rio, processo que durou pouco menos de um ano e terminou há sete meses, em dezembro de 2018.

Os atiradores passam quatro horas por dia em treinamento em estandes de tiro, ambientes externos e cenários diversos. Cada homem vai sendo gradativamente engajado nas operações a contar da primeira fase, de 90 dias, mas só é considerado pronto para qualquer tipo de emprego depois de cinco anos de aperfeiçoamento com avaliação.

A meta, dizem, é atingir uma moeda a 100 metros de distância. Morte instantânea. O efeito dessa capacidade é "provocar a imobilidade, impedindo a reação nervosa espontânea do dedo no gatilho da arma apontada para um refém, ou da mão que segura o disparador de uma bomba", segundo um militar do Centro de Instrução de Operações Especiais do Exército, em Niterói.

Os candidatos à função de atiradores de elite, incluídos os policiais, são voluntários. Tem entre 25 e 35 anos de idade e precisam ter passado por outros níveis de qualificação nos efetivos dos grupos de alta especialização. Condicionamento físico rígido: peso ideal e pressão arterial normal, principalmente. "No momento do disparo só o dedo indicador deve se movimentar; a respiração precisa estar no ritmo do batimento cardíaco e o acionamento do gatilho deve ser delicado, para evitar alterações na trajetória".

Os diversos times brasileiros de atiradores usam cinco diferentes tipos de fuzís de precisão. Um deles, privativo das Forças, é o grande Barrett M82A1, que dispara projeteis .50. Os outros, dotados de acessórios como lentes de aproximação e sistema de visão noturna, usam munição 7.62mm de alto impacto. Na manhã desta terça, eram esses os que estavam apontados para o sequestrador do ônibus 2520 da Viação Galo Branco.

Estadão
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