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Covas sanciona lei que proíbe canudos plásticos em SP

Prefeitura terá prazo de 180 dias para regulamentar nova lei, definindo como será feita a fiscalização

25 jun 2019 - 10h41
(atualizado em 26/6/2019 às 00h05)
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SÃO PAULO - O prefeito Bruno Covas sancionou nesta terça-feira, 25, projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal em abril que proíbe estabelecimentos comerciais de distribuir canudos plásticos para o consumo de bebidas, mas só deve definir como será feita a fiscalização da nova norma em um prazo de 180 dias.

Covas afirmou que a aprovação da medida tem mais "um efeito pedagógico" do que uma "medida punitiva", e que a própria população será a maior fiscal do cumprimento da lei. Além da prefeitura, a Assembleia Legislativa aprovou medida semelhante, para valer em todo o Estado de São Paulo. O projeto estadual conta com a simpatia do governador João Doria (PSDB), que segundo interlocutores também deve sancionar a medida em breve.

O projeto municipal diz que, no lugar dos canudos, poderão ser fornecidos canudos de papel reciclável ou de material comestível ou biodegradável. O texto prevê multa de R$ 1 mil para o estabelecimento que usar canudinho plástico. Na eventual reincidência, o valor dobra e segue dobrando até a sexta autuação, quando o valor chega a R$ 8 mil. Neste caso, a Prefeitura também promoverá o fechamento administrativo do estabelecimento.

Covas afirmou que, embora parecesse pouca coisa, esse seria um primeiro passo para se repensar em toda forma de consumo de plástico e seus impactos para o meio ambiente. "Não é fácil abrir mão de um conforto individual por causa de um benefício coletivo", afirmou o prefeito.

No evento, o autor do projeto de lei, vereador Xexéu Tripoli (PV), destacou ainda compromisso assinado por São Paulo para a redução do consumo de plástico. Com o Projeto de Lei sancionado, São Paulo se junta a outras cidades que já proíbem o canudo, como o Rio de Janeiro.

Nos restaurantes

Na capital, a alta gastronomia já liderava movimento para banir o uso dos canudinhos antes mesmo de a lei ser aprovada. No Grupo Maní (que inclui quatro restaurantes no Jardim Paulistano, zona sul) os canudos de plástico foram trocados por uma versão biodegradável em março do ano passado. Em outubro, esses modelos também foram abolidos e, agora, apenas aos clientes que pedem é dado um modelo de inox.

"Quando a gente iniciou esse processo, muitos clientes questionaram, porque não concordavam em não ter o canudo no suco. Mas, com a conscientização, já tem o movimento de pessoas que trazem o próprio canudo", diz Gláucia Ferrari, diretora de RH e atendimento da rede.

No restaurante coreano Komah, da Barra Funda, zona oeste, o chef Paulo Shin afirma que, desde que a casa abriu, em 2016, a opção foi por não usar canudos plásticos para evitar a produção desnecessária de lixo. Depois, até o hashi (as hastes de madeira usadas como talheres) foram substituídas por material reutilizável. "A quantidade de lixo que era produzida era impressionante."

Estadão
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