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Covas amplia esquema de rodízio em SP para todos os dias

Medida foi anunciada pelo prefeito em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 7, e tem como objetivo restringir a circulação de pessoas. 'Essa é uma medida necessária para evitar o lockdown na cidade de São Paulo', disse o prefeito

7 mai 2020 - 11h27
(atualizado às 12h12)
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SÃO PAULO - Na tentativa de aumentar a taxa de isolamento social e restringir a circulação de pessoas em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB), anunciou na manhã desta quinta-feira, 7, um novo esquema de rodízio de veículos na cidade. A medida começa a vigorar na segunda-feira, 11. Vai valer para toda a cidade e não mais no centro expandido e valerá o dia todo. Nos dias pares, circulam placas de final par (0,2,4,6 e 8). E nos dias ímpares, as placas de final ímpar (1,3,5,7 e 9). A medida valerá também no final de semana.

"Questões extremas exigem medidas extremas, com isso anuncio o retorno do rodízio de forma ainda mais restritiva. Não dá pra deixar de tomar medidas como essa, com taxas de ocupção de leitos de UTI com mais de 90% na rede municipal", disse Covas. Com isso, a Prefeitura quer tirar 50% dos carros das ruas.

Movimento de veículos na Avenida Giovanni Gronchi, na zona sul da capital paulista
Movimento de veículos na Avenida Giovanni Gronchi, na zona sul da capital paulista
Foto: Mister Shadow/ASI / Estadão Conteúdo

Com o rodízio mais amplo, haverá reforço na frota de ônibus na cidade, com mais mil veículos e outros 600 de reserva, caso sejam necessários. "Essa é uma medida necessária para evitar o lockdown na cidade de São Paulo", disse o prefeito. "A liberação do rodízio estava servindo como estimulante para as pessoas saírem de casa. Há pessoas que ainda não entenderam a importância de ficar em casa e voltamos com o rodízio para tentar ter um isolamento de pelo menos 60% na cidade", afirmou o prefeito. "Além de restringir a circulação, vamos ter um ganho ambiental e de saúde, com redução de poluição, o que impacta também doenças respiratórias."

Permanecem excluídos do rodízio carros da polícia, do Exército, prestadores de serviço de rede elétrica e de gás, e também veículos da área da saúde. Os profissionais de saúde devem fazer um cadastro junto à prefeitura para ficarem fora da medida de restrição de circulação. O cadastro terá de ser feito em até 10 dias, por meio de envio de dados como CPF, nome, estabelecimento em que trabalha o profissional e a placa do veículo. As multas que forem aplicadas nos próximos 10 dias a esses profissionais serão descartadas posteriormente. Os profissionais devem enviar email para o endereço eletrônico: isencao.covid19@prefeitura.sp.gov.br

"A obrigatoriedade de cumprir com o rodízio continua para os demais que não essas categorias", afirmou o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram.

O prefeito Bruno Covas também anunciou o retorno da restrição à circulação de caminhões em São Paulo, exceto os das áreas de abastecimento e saúde.

A Prefeitura chegou a implementar bloqueios restritivos na cidade nesta semana, mas o próprio Covas reconheceu que a medida, que provocou trânsito e foi questionada pelo Ministério Público, foi um erro e que não surtiu o efeito necessário. Com isso, os bloqueios voltaram a ser apenas educativos.

A taxa de isolamento social na capital paulista, que concentra o maior número de mortes e casos de coronavírus no Estado, vem preocupando as autoridades. A taxa se mantém abaixo dos 50% (com 48% tanto na segunda-feira quanto na terça-feira), ficando acima desse patamar somente em finais de semana. A meta é 60% e o ideal para evitar o colapso do sistema de saúde é 70%.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, a capital tem 93.312 casos supeitos e outros 23.807 casos confirmados da doença. Sobre os óbitos, são 4.300 entre suspeitos e confirmados (1.9218 confirmados + 2.372 suspeitos). "Estamos em um momento de ascendência da doença", afirmou Aparecido.

Estadão
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