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Corregedoria pede expulsão de PMs suspeitos de estuprar jovem em viatura

Investigação interna apontou indícios de que policiais de Praia Grande, no litoral paulista, agiram de forma criminosa

10 jul 2019 - 18h47
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SOROCABA - A Corregedoria da Polícia Militar recomendou a expulsão de dois policiais acusados de terem estuprado uma jovem de 19 anos, dentro de uma viatura da corporação, em 12 de junho deste ano, em Praia Grande, litoral paulista. A apuração interna encerrada em menos de um mês apontou indícios de que os policiais agiram de forma criminosa e devem ser excluídos da corporação. Os dois estão presos e também são investigados na esfera criminal.

De acordo com o ouvidor da PM, Benedito Domingos Mariano, que acompanhou a apuração, a decisão administrativa foi pela expulsão dos policiais, mas a análise final cabe ao comando da corporação.

O ouvidor elogiou a rapidez com que a corregedoria da PM investigou a denúncia. "Tudo foi feito com o máximo rigor, saindo a conclusão menos de um mês após uma denúncia muito grave. Agora, vamos aguardar a decisão do comando da PM."

Segundo a denúncia da jovem, que teve a identidade preservada, ela viajou para a casa de uma amiga na região de Campinas e, na viagem de volta à casa onde mora com os pais, em São Vicente, acabou dormindo no ônibus. Quando despertou, viu que o coletivo já havia passado a cidade onde ela deveria desembarcar, e já estava em Praia Grande, cidade vizinha. A jovem foi orientada pelo motorista a atravessar a rua e pedir informações para chegar ao terminal de ônibus da cidade.

Ao ver a viatura da PM, a jovem se aproximou para pedir informações aos policiais e eles se ofereceram para levá-la. Um dos policiais, no entanto, sentou-se ao lado dela no banco de trás e, com a viatura em movimento, estuprou a jovem. Após ser deixada ao lado do terminal, ela tomou o ônibus e foi até a casa de uma amiga para pedir ajuda. Os familiares da amiga a convenceram a fazer a denúncia. Uma policial civil foi até a jovem, tomou seu depoimento e a encaminhou para o exame, que apontou indícios de estupro, como lesões nas partes íntimas.

Os policiais Anderson Silva da Conceição e Danilo de Freitas Silva negaram o estupro, alegando que apenas deram carona para preservar a integridade da jovem, já que estava sozinha à noite em local ermo. Os dois disseram que permaneceram no banco da frente da viatura, mas imagens de uma câmera de monitoramento apontaram que um deles sentou com a jovem no banco de trás. Um celular que a garota havia perdido também foi encontrado na viatura. A Justiça decretou a prisão preventiva de ambos.

A advogada Flávia Artilheiro, que defende os policiais, disse que a recomendação da corregedoria da PM ainda será analisada durante o processo administrativo. "A corregedoria apenas entendeu que é pertinente o processo, mas eles ainda terão a oportunidade de se defender no curso do processo legal." Segundo ela, os dois policiais sustentam suas inocências no caso. Até o fim da tarde, a reportagem aguardava um retorno da Secretaria da Segurança Pública sobre a recomendação da corregedoria.

Estadão
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