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Cidades

Corregedoria do MP vai investigar conduta de promotor em caso de letalidade policial

Agentes são acusados de executar um criminoso e tentar matar outro após simular tiroteio em São José dos Campos. Câmeras corporais flagraram ocorrência, mas promotor disse não ter sido possível identificar detalhadamente a ação

2 dez 2021 - 17h42
(atualizado às 22h48)
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A Corregedoria do Ministério Público de São Paulo decidiu abrir investigação para analisar a conduta do promotor Luiz Fernando Ambrogi, no caso em que nove PMs do Batalhão de Ações especiais da Polícia (Baep), de São José dos Campos, são acusados de executar um criminoso, tentar matar outro e fraudar o caso para simular um tiroteio. O crime aconteceu no dia 9 de setembro e foi gravado pelas câmeras corporais que os policiais passaram a usar em junho deste ano.

O promotor ao analisar as provas disse por escrito que elas "ainda não permitem identificar de forma mais detalhada a ação de cada suspeito, havendo necessidade de um maior aprofundamento nas investigações." Ele alegou ainda que "os indiciados (os PMs) são primários e ostentam bons antecedentes."

As imagens, no entanto, mostram, segundo a Corregedoria da Polícia Militar, claramente um sargento executando com três tiros de fuzil um dos suspeitos que estava com as mãos na cabeça depois que um soldado atirou em outro que estava desarmado.

Reveladas pelo Fantástico, as imagens mostram ainda quando os criminosos jogaram fora uma pistola de brinquedo e o único revólver de verdade que tinham e que usaram para roubar uma loja pouco antes de serem abordados por uma equipe do Baep com quatro policiais. Mas não só as câmeras corporais flagraram o momento em que os PMs colocaram o revólver de volta na mão do criminoso executado e quando o grupo se reúne com outro policiais para supostamente providenciar outra arma para justificar a farsa.

Tudo foi investigado pela Corregedoria da PM, que constatou a farsa e indiciou os policiais, que foram afastados. Agora será a vez de a Corregedoria do MP verificar a conduta do promotor ao analisar as provas do caso. O Estadão procurou o MPE para tentar ouvir o promotor do caso. Mas até agora não foi possível localizá-lo. O procedimento na Corregedoria corre sob sigilo.

Estadão
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