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Contaminação da cerveja em Minas: veja perguntas e respostas sobre o caso

Ministério da Agricultura diz que água usada pela Backer na produção estava contaminada. Confira o que se sabe e quais as dúvidas que ainda existem no caso

16 jan 2020 - 10h10
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SÃO PAULO - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou nesta quarta-feira, 15, que a fábrica mineira Backer usou água contaminada na produção de suas cervejas, mas não se sabe ainda como ela foi contaminada. Nesta quinta-feira, 16, a polícia confirmou a terceira morte por suspeita de intoxicação por dietilenoglicol encontrado na cerveja Belorizontina. E outro caso está sob análise.

Veja quais perguntas têm resposta, e quais não, no caso:

A água usada pela cervejaria estava contaminada?

De acordo com o Ministério da Agricultura, sim. Análises feitas pelo governo federal mostraram que a Backer usou água contaminada na produção de suas cervejas. Ainda de acordo com o ministério, a contaminação ocorreu dentro da cervejaria.

Como se deu a contaminação?

Essa é uma pergunta que as investigações ainda tentam responder. O Mapa considera como hipóteses o uso indevido ou vazamento de substâncias que refrigeram a produção, além da sabotagem. Essas possibilidades também não são descartadas pela Polícia Civil.

Quais as substâncias que contaminaram a cerveja?

As análises mostram a presença de duas substâncias nas cervejas contaminadas: dietilenoglicol e monoetilenoglicol. O dietilenoglicol é usado em substituição ao álcool ou como diluente, na fabricação de bebidas e xaropes. Já houve registros no exterior de mortes ligadas à substância. O monoetilenoglicol é usado no processo de refrigeração da cerveja. Sobre o dietilenoglicol, a Backer afirma "que a substância não faz parte de nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos, inclusive da Belorizontina".

Todas as cervejas da Backer estão contaminadas?

O que se sabe até agora é que, de acordo com o Ministério da Agricultura, já foram encontrados seis lotes contaminados da cerveja Belorizontina e uma da Capixaba, que é vendida no Espírito Santo.

Quantas pessoas já morreram por causa da contaminação da cerveja?

Três mortes foram confirmadas. A primeira morte confirmada foi a de um morador de Ubá, na Zona da Mata, no dia 7 de janeiro. A vítima tinha 55 anos e morreu em Juiz de Fora, Zona da Mata. No dia 15, a polícia confirmou a segunda morte. A vítima, do sexo masculino, estava internada em um hospital particular de Belo Horizonte. E, no dia, 16, os policiais confirmaram a terceira morte, também em Belo Horizonte, de um idoso de 89 anos.

A morte de uma mulher de 60 anos, moradora de Pompéu, na Região Central de Minas, também investigada.

Quais sintomas as pessoas apresentaram após tomar a cerveja contaminada?

As vítimas fatais apresentaram problemas neurológicos e insuficiência renal grave. Outros sintomas, que podem aparecer entre 24 e 96 horas após a ingestão do produto contaminado, são vômitos, dores abdominais, confusão, tontura, convulsões. Até quarta-feira, 15, havia 18 notificações de casos suspeitos de pacientes que apresentaram os sintomas de possível intoxicação por dietilenoglicol, de acordo com a polícia.

A venda da bebida foi suspensa?

O Ministério da Agricultura determinou na segunda-feira, 13, o recolhimento e suspensão de comercialização de todos os produtos da Backer fabricados entre outubro de 2019 e 13 de janeiro de 2020.

Quantos rótulos a Backer produz?

Ao todo, são 21. São eles: Belorizontina, Backer Pilsen, Backer Trigo, Backer Pale Ale, Brown, Medieval, Pele Vermelha, Bravo, Exterminador de Trigo, Três Lobos, Capitão Senra, Corleone, Tommy Gun, Diabolique, Backer Pilsen Export, Backer Bohemia Pilsen, Julieta, Reserva do Proprietário, Fargo 46, Cabral e Cacau Bomb.

Estadão
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