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Cardeal d. Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo, morre aos 87 anos

Bispo emérito foi nome forte na Igreja Católica e próximo do papa Francisco; também liderou Sínodo da Amazônia e denunciou necessidade de mudanças para combater crise climática

4 jul 2022 - 11h37
(atualizado às 11h59)
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Dom Cláudio Hummes morreu em São Paulo
Dom Cláudio Hummes morreu em São Paulo
Foto: Sebastião Salgado / Estadão

Bispo emérito de São Paulo, o cardeal d. Cláudio Hummes morreu aos 87 anos na manhã desta segunda-feira, 4. Nome forte na Igreja Católica e próximo do papa Francisco, liderou o Sínodo da Amazônia e era engajado em temas ligados à Amazônia e na defesa de mudanças para combater a crise climática. "A Terra não aguenta mais", chegou a declarar.

Foi arcebispo de São Paulo e Fortaleza e bispo de Santo André. Segundo informações da Arquidiocese de São Paulo, D. Cláudio Hummes morreu após "prolongada enfermidade". Gaúcho de Salvador do Sul, foi da Ordem Franciscana dos Frades Menores, tendo passado pelas ordenações sacerdotal e episcopal respectivamente em 1958 e 1975.

Em 2019, foi relator geral da Assembleia Especial do Sínodo para a Igreja Católica na Amazônia, realizada pelo Vaticano de 6 a 27 de outubro. Na época, o cardeal também presidia a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) e a Comissão Pastoral para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "A vida na Amazônia talvez nunca tenha estado tão ameaçada como hoje", declarou no início do evento.

À epoca, o religioso citou a Amazônia 29 vezes ao longo da fala, na qual destacou que a floresta corre riscos "pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares da população amazônica, de modo especial a violação dos direitos dos povos indígenas, como o direito ao território, à autodeterminação, à demarcação dos territórios e à consulta e ao consentimento prévios".

Ele também mencionou o "contexto de uma grave e urgente crise climática e ecológica que atinge todo o nosso planeta". "O aquecimento global, pelo efeito estufa, gerou uma crise climática sem precedentes, grave e urgente", declarou. "Ao mesmo tempo, ocorre no planeta uma devastação, depredação e degradação galopante dos recursos da terra, promovidas por um paradigma tecnocrático globalizado, predatório e devastador", continou. "A Terra não aguenta mais."

Estadão
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